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A Policia Civil, por meio de extenso trabalho investigativo, identificou uma suposta existência de uma organização criminosa na 18ª CIRETRAN, em Brumado, que estava, supostamente fraudando emissão de Carteira Nacional de Habilitação-CNH e regularizando documentos de veículos, sem a observância dos requisitos legais. Em razão dessa investigação, foi decretada a busca e apreensão e a prisão temporária dos seguintes investigados: Élio Rodrigues Versiane Júnior, Fabiana Lima Bernardes (companheira de Élio), Francisca Rocha da Silva, Sebastião Alves Silveira (Tião), Deusana Fernandes dos Santos Souza (Deusa), Isabela Ferraz Santos (Bela), Jorge Júnior Martins Pinto, Fábia Caires Cordeiro (Binha), Diego Dias Evangelista, Kleber Tadeu Leal Cambuí, Thiara Caires Oliveira Lima, Osvaldo Souza Oliveira, Jonathan Silva Ribeiro, Nilzabete dos Santos Oliveira e Nilma Oliveira Silva Pereira. Os mandados foram devidamente cumpridos, com exceção das prisões de Nilma Oliveira Silva Pereira e Jonathan Silva Ribeiro, uma vez que ambos estão fora do país. Após as prisões, todos foram ouvidos na Delegacia de Polícia Civil e as provas que justificavam as custódias cautelares dos referidos indiciados foram devidamente produzidas. Após os suspeitos serem ouvidos e devidamente qualificados no inquérito, o Juiz substituto Rodrigo Souza Britto, da Vara Crime da Comarca de Brumado ressaltou na decisão que deve ser revogada algumas prisões temporária por não serem mais necessárias. Assim, devem ser revogadas todas as prisões temporárias, incluindo as dos indiciados que não efetuaram requerimento de revogação, por não serem mais necessárias, exceto as prisões de Nilma Oliveira Silva Pereira e Jonathan Silva Ribeiro, ambos estão viajando. O Delegado de Polícia Civil Samuel Bruno Paz, por sua vez requereu a prisão preventiva de Kleber Tadeu Leal Cambuí, Sebastião Alves Silveira, Osvaldo Souza Oliveira e Thiara Caires Oliveira Lima. Os cargo dos suspeitos presos que eram servidores no 18ªCIRETRAN, eram cargos de indicação políticas.
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Não se está afirmando aqui que os políticos indicados no inquérito tenham participação nos delitos ou que sequer sabiam das ilicitudes, até porque não existe qualquer elemento apto a demonstrar este fato. Contudo, esta posição permitiu aos representados a prática dos crimes sem contestação, devido ao temor proveniente da chamada “costas largas”. Ou seja, eles usaram as suas respectivas ligações políticas para ter controle sobre as decisões e condutas dos funcionários, bem como promover as fraudes sem serem contestados. Decerto, Kleber, de acordo com o inquérito, foi indicado para o cargo por seu primo o Deputado Estadual Nelson Leal e futuro presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), usava esta influência política (ainda que sem o seu conhecimento) para se manter no cargo a despeito das constantes ilegalidades presenciadas por muitos funcionários, que não contestavam por temor. Por sua vez, Sebastião tem uma forte ligação com Kleber, que lhe permitiu amplo acesso ao DETRAN. O mesmo ocorria com Thiara e Osvaldo, que, segundo informações, tinham o apoio político do Deputado Federal Ronaldo Carleto, utilizando essa influência para se manter praticando os delitos (ainda que sem o conhecimento do Deputado). Ademais, devido a estas ligações políticas, os representados tiveram acesso a sistemas restritos na Administração e grande poder de influência e decisão, inclusive por meio do uso da coerção. É evidente que estas influências, da mesma forma lhes possibilitou praticar os delitos sem contestação, podem interferir no ato de colheita de elementos probatórios voltados ao esclarecimento de qualquer dos crimes durante a instrução processual, o que justifica a decretação da preventiva.
