3 de junho de 2016
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O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que a União pagou mais de R$ 16,7 milhões do Bolsa FamÃlia para quase dez mil mortos, entre 2013 a 2014, em Pernambuco. Com um repasse no valor de R$ 369,2 milhões, o órgão também aponta que Pernambuco é o segundo estado no ranking nacional em número de beneficiários investigados por não se enquadrar nos critérios do programa. E não para por aÃ. O Recife, de acordo com o MPF, ocupa o quinto lugar na relação de municÃpios que estão sob suspeita. O G1 entrou em contato com a Secretaria de Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife, mas ainda não obteve retorno. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude do estado informou que não tem nenhum controle do Bolsa FamÃlia já que, segundo a pasta, cada municÃpio tem sua administração própria. E as irregularidades não param. Dos mais de R$ 4 bilhões pagos em Pernambuco, 89.658 mil servidores públicos receberam total de R$ 248,7 milhões do programa. Além disso, pouco mais de dois mil doadores de campanha ganharam R$ 6,5 milhões. O estado também contabiliza 45,538 mil empresários embolsando quase R$ 117 milhões. O órgão não informou quantas pessoas têm o direito de receber o benefÃcio no estado. O ministério ressalta que o somatório dos valores não corresponde ao número total de irregularidades. Já que MPF identificou beneficiários com mais de um CPF cadastrado. Por isso, um mesmo beneficiário pode ser enquadrado como doador e servidor, por exemplo.
Mesmo assim, de acordo com o MPF, não significa que eles tenham tido a iniciativa de fraudar o Bolsa FamÃlia, mas que não se enquadravam nos requisitos para receber o benefÃcio. A capital pernambucana só perde para Salvador (BA), BrasÃlia (DF), João Pessoa (PB), Manaus (AM) com mais pagamentos suspeitos. Contudo, o órgão não detalhou dados da fraude em cada municÃpio.
A suspeita teve inÃcio ao cruzar informações de beneficiários com dados da Receita, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunais de Contas. Com isso, o MPF identificou pagamentos supostamente irregulares no valor de R$ 2,5 bilhões, no mesmo perÃodo, em todo território brasileiro. Ao todo, os repasses foram feitos para cerca de 1,4 milhão de pessoas.
Quem tem direito
O programa foi criado para, exclusivamente, para famÃlias que vivem em situação de pobreza e de extrema pobreza. Ou seja, com renda per capita abaixo de um salário mÃnimo por pessoa. Para esse cálculo, se faz a média dos salários dos membros das famÃlias. Para se candidatar a receber o programa, a famÃlia precisa se inscrever no Cadastro Único Ela ainda precusa estar com os dados atualizados há menos de 2 meses.