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27 de setembro de 2019
Brasil

Janot diz que planejou matar Gilmar Mendes no STF e depois cometer suicídio

Foto: Reprodução

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse na última quinta-feira (26) que foi armado à uma seção do Supremo Tribunal Federal com a intenção de matar Gilmar Mendes. Janot narrou o episódio sem nomear o ministro do STF em livro de memórias que está sendo lançado neste mês e declarou à Folha de S.Paulo que seu alvo era Mendes. À Veja e ao Estadão, ele acrescentou que pretendia se suicidar após cometer o crime. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot ao jornal O Estado de S. Paulo. O plano de assassinar Gilmar Mendes se deu por causa de insinuações que ele teria feito sobre sua filha em 2017. “Tenho uma dificuldade enorme de pronunciar o nome desta pessoa”, disse à Folha. Em maio de 2017, quando ainda atuava como procurador-geral da República, Janot pediu a suspeição de Gilmar Mendes em casos relacionados a Eike Batista – o empresário se se tornara alvo da Lava Jato e era defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes, é sócia. A reação de Mendes, segundo Janot, foi lançar suspeitas sobre a atuação de sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que é advogada e representara a empreiteira OAS no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). “Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, relata Janot, em seu livro. “Só não houve o gesto extremo porque, no instante decisivo, a mão invisível do bom senso tocou meu ombro e disse: não.” O ex-procurador-geral da República disse, na entrevista concedida à Folha, que seu plano era matar Gilmar Mendes antes do início da sessão no STF. “Na antessala, onde eu o encontraria antes da sessão”, afirmou. Ele afirmou, porém, que não entrou no plenário do tribunal armado. O episódio ocorreu em 2017, perto do fim do seu segundo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República, que ele chefiou por quatro anos.