O prefeito ACM Neto (DEM) afirmou na manhã desta quarta-feira (30) que o país vive uma crise “gravíssima” no transporte público e alertou que o “Brasil pode parar”, assim como foi quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. As declarações ocorreram durante inauguração do corredor viário da primeira etapa do sistema BRT, na Avenida Juracy Magalhães Júnior.
Segundo Neto, é preciso fazer algo “urgentemente” pelo transporte público urgentemente no Brasil e resolver o problema ou pode ocasionar em uma futura falta de ônibus no país.
“Eu venho dizendo isso há muito tempo e, ao mesmo que haja um choque de realidade nessa galera, a gente não vai estar falando de ônibus elétrico, vamos falar de falta de ônibus no país. Vamos ser realistas. Eu tenho a obrigação de ser realista. Agora, no final do ano, teve greve e paralisação no Rio de Janeiro, em Recife e Goiânia. O que vai acontecer n Brasil é um efeito em cascata, o país pode parar. Esse assunto é tão grave quanto foi a greve dos caminhoneiros. Então, pé no chão. Hoje, do jeito que a coisa está, é lutar muito para não faltar ônibus, para o sistema não parar, para as pessoas não ficarem a pé. A verdade é essa”, afirmou o prefeito, que fez duras críticas ao Congresso Nacional e ao Governo Federal.
“A prefeitura aqui está fazendo tudo que pode, mas está fazendo sozinha. O Congresso fez uma lambança no Projeto de Lei que finalmente depois veio a ser vetado pelo governo, que não sinalizou a edição de uma Medida Provisória e aí quem vai pagar a conta, os prefeitos? Sozinhos? Não conseguem. As prefeituras vão quebrar. Vamos ser claros, sinceros, honestos: o país vive uma crise seríssima no transporte pública. E as pessoas em Brasília não estão querendo se dar conta disso. Quando eu falo que muitas vezes Brasília, e o que acontece muitas vezes nos gabinetes, tem uma distância abissal das ruas, é por isso. Deputados e senadores, assim como o Governo Federal, estou aí jogando no colo do Legislativo e Executivo Federal, não estão atento para o caos que vai acontecer em 2021 no transporte público no Brasil”, alertou Neto sobre a situação dos transportes.
O prefeito também lembrou que a prefeitura de Salvador precisou pagar R$ 105 milhões para que, segundo ele, o transporte público da cidade não parasse.
“Eu estou alertando. Nós aqui pagamos uma conta de R$ 105 milhões para não parar. Por que parou no Recife e em Goiânia? No Rio, e não parou aqui? Porque pagamos essa conta. Vai chegar a um ponto que o prefeito não vai conseguir pagar. E não vai ser culpa dele. Eu não vou ficar floreando para falar de ônibus elétrico, que é o que a gente deseja, seria o melhor dos mundos, por mim a frota seria toda assim. Mas vamos ser realistas, botar o pé no chão e resolver o problema do transporte não parar. E que todas as vozes reclamem, chamem atenção, mostrem, pois a situação é crítica”, finalizou.