11 de fevereiro de 2016
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FOTOÂ BRUMADOÂ ACONTECE
Um dos últimos pilares de resistência à crise, o setor de serviços administrativos e complementares começou a demitir no fim do ano passado diante da escolha de empresas em reduzir a demanda por esse tipo de atividade. Sem escolha, o segmento – que inclui tarefas de limpeza, vigilância e telemarketing – está mandando para a fila do desemprego pessoas com menor qualificação e remuneração, que podem encontrar dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho. Além disso, como o setor é intensivo em mão de obra, o sinal de que a crise bateu à porta pode ainda reforçar o cÃrculo vicioso já visto nos últimos meses. Quando essas pessoas são demitidas, elas passam a consumir e gastar menos, deprimindo ainda mais a atividade econômica e gerando mais desemprego. Luis Carlos Avelino, de 40 anos, trabalhou por uma década no setor de vigilância. Após três anos de atuação como segurança em uma empresa do ramo de hotelaria em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foi dispensado em outubro passado por “redução de custos”. “Depois de mim, mandaram outros embora. Sobrevivi porque recebi o seguro-desemprego e fiquei fazendo bicos.
Agora, o seguro vai acabar. Estou entregando currÃculos.” Morador da Zona Leste de São Paulo, Avelino se mostra esperançoso em encontrar trabalho na área com facilidade. Mas as empresas desse segmento não têm mostrado disponibilidade em contratar. Em janeiro, a Sondagem de Serviços da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que 27% das empresas de serviços administrativos e complementares pretendem demitir nos próximos três meses.