13 de março de 2016
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Questionar a existência de um “Jesus Histórico” é uma tentativa recorrente dos ateístas que visa minar a base da fé de mais de dois bilhões de cristãos no mundo. Diversos livros já foram escritos sobre o assunto. A alegação é que não existe comprovação histórica de sua existência fora das páginas da Bíblia. Os defensores dessa filosofia insistem em ignorar diferentes registros históricos sobre a vida de Jesus e sua influência no primeiro século, alegando não serem “o suficiente”. Agora a revista National Geographic dá espaço para um novo livro que procura atacar o cristianismo, usando esse mesmo tipo de argumento para afirmar que os 12 apóstolos “nunca existiram”. Rapidamente, diversos meios de comunicação do mundo deram espaço para o assunto. Intitulado “Apostle: Travels Among the Tombs of the Twelve” [Apóstolo: viagens pelas tumbas dos doze], a obra assinada pelo autor Tom Bissell insiste que os apóstolos originais “são uma mistura de fato e ficção”. Ou seja, foram sendo reunidas histórias reais com relatos místicos sobre eles, que se amalgamaram nas figuras bíblicas que conhecemos. Entrevistado pelo site da National Geographic, Bissell declarou: “Alguns desses nomes registrados no Novo Testamento são, provavelmente, de pessoas reais. Provavelmente existiu um Pedro e um João; com certeza um Tiago (o irmão de Jesus) e, quem sabe, um Tomé. Mas além dos próprios evangelhos, não há nada de histórico que comprove a existência deles”. O autor conta que em sua busca para descobrir se os 12 apóstolos são figuras históricas reais ou apenas personagens de ficção, visitou diversos lugares ao redor do globo. Percorreu o
o, na Espanha, esteve no local onde Judas Iscariotes supostamente se enforcou em Israel e procurou no Quirguistão por um mosteiro onde os ossos do apóstolo Mateus supostamente foram enterrados. Afirma que foi um esforço que teve pouco resultado. Contudo, ao analisar o Novo Testamento de uma forma mais ampla, reconhece que existe “uma quantidade razoável de informações sobre Paulo”. Também admite que Tiago, irmão de Jesus, “era uma pessoa real”. Sua ressalva é que nenhum dos dois estava entre os apóstolos originais. “Sabemos sobre essas doze pessoas que foram os primeiros seguidores de Jesus, mas não há nada sobre eles em qualquer fonte secular, exceto as cartas de Paulo, que mencionam Pedro e João”.
Ele reconhece que “seria um insulto pedir para a maioria dos cristãos considerar o Novo Testamento como uma obra resultante da imaginação humana. Não digo isso no sentido de que é tudo falso, mas sim uma tentativa de colocar o universo em ordem”.
Sua conclusão é que “talvez ser apenas uma história é a melhor coisa que o Novo Testamento pode ser”. Tom Bissell tenta minimizar seu ataque à fé cristã, procurando destacar a importância dos relatos bíblicos para a formação do mundo ocidental. “As histórias sobre os 12 Apóstolos são uma grande parte de como o mundo ocidental decidiu ensinar sobre o que entendemos por comunidade, verdade, amizade e lealdade”, destaca.
Seu livro não tem previsão de quando (e se) será lançado no Brasil.