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20 de março de 2016
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Bíblias são queimadas para “limpar Cristianismo da Terra”

Imagem Reprodução

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Quando um exemplar do Alcorão é queimado (ou apenas se ameaça fazê-lo), a resposta dos muçulmanos é imediata. Além de protestos e violências física, o resultado pode ser a morte de quem fizer isso. A repercussão na mídia, pedindo tolerância religiosa, quase sempre é grande. Porém, quando os muçulmanos queimam Bíblias, a resposta da imprensa na maioria das vezes é nula. O Estado Islâmico (EI) lançou recentemente um vídeo mostrando a queima de uma enorme quantidade de Bíblias e de diferentes livros cristãos. A fogueira foi realizada em local público na cidade de Mossul, Iraque. Após certificar-se que os últimos cristãos abandonaram a cidade para não serem mortos, os jihadistas do EI divulgaram um vídeo da Diwan Al-Hisbah, também conhecida como “polícia da moralidade”. Segundo o Daily Mail, os jihadistas já queimarem mais de 10 mil livros e 700 manuscritos raros de material religioso e científico. Isso incluindo o incêndio provocado por eles que destruiu a Biblioteca Pública de Mossul ano passado e a biblioteca do mosteiro de Saint Elijah, o mais antigo prédio cristão do país. “É mais um exemplo de que EI é sério quando faz ameaças”, desabafa David Curry, líder do ministério Portas Abertas nos EUA. “Isso é o que torna o debate tão urgente. Eles querem a eliminação dos cristãos e estão muito decididos”, ressaltou. Mossul no passado era considerada um ‘paraíso’ para população cristã do Iraque até que foi tomada por militantes muçulmanos em 2014. Funcionários do Middle East Media Research Institute (MEMRI), que monitora a ação de terroristas no Oriente Médio, confirmou que os livros foram queimados apenas por serem literatura cristã. “O propósito declarado [do EI] é eliminar e expulsar todos os cristãos e os Yazidis da região controlada por eles”, lembrou Curry. “Eles estão tendo sucesso… Este sempre foi um genocídio. O Ocidente se deu conta de que não pode negá-lo por mais tempo”, enfatiza. O objetivo declarado do grupo extremista – também chamado de ISIS e Daesh – é “limpar o cristianismo da terra”. Estima-se que a população cristã do Iraque caiu de 1,5 milhões para 275 mil desde que o Estado Islâmico estabeleceu seu califado dois anos atrás. Historicamente, a região que hoje é o Iraque já abrigou o Império da Babilônia. A moderna Mossul fica na região onde outrora estava a cidade de Nínive, mencionada na Bíblia.