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4 de janeiro de 2016
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Os militares transgêneros que viram Exército como 'forma de terapia'

Imagem Reprodução

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Em 1999, a proibição a oficiais transgêneros no Exército foi revogada. Michaela foi integrante do grupo de engenheiros mecânicos e elétricos do Exército em 1975 para “encontrar a parte perdida” de sua vida. Ela disse que não havia nenhuma conscientização de pessoas transgênero, que eram vistas por autoridades como “gays que vestiam roupas do gênero oposto”. “A visão era que estas pessoas não existiam”, disse. Enquanto servia na Alemanha, ela visitou bares LGBT e se vestiu como mulher longe do público. Ela deixou o Exército em 1981 porque sentia que não podia ser quem era, e começou uma nova vida. “O maior arrependimento é que eu não fiz mais nas Forças Armadas e eu não consegui ser oficialmente Michaela”. “Este é um arrependimento que ficará comigo até o fim da minha vida”.Muitas das entrevistadas disseram ter entrado no Exército para provar sua masculidade, mas Dawn disse que se sentia pior com cada esforço de se masculinzar. “Nunca estava feliz”, disse. “Eu atuava num papel. Era a maior camuflagem que eu poderia ter na minha vida. Eu fui forçada a entrar nos cadetes do Exército quando eu tinha 16 anos para provar minha masculinidade e ser o homem que todo mundo queria que eu fosse”. “Eu apanhei do meu pai após o médico dizer a ele que eu gostaria de ser uma menina. Foi decidido na cabeça dele que nós nunca falaríamos sobre isso de novo. Ele me fez dizer ‘Eu não sou uma menina’ e essa foi a maior mentira que eu disse na minha vida”, continuou. Dawn, de Rochdale, na região de Manchester, na Inglaterra, serviu por mais de 20 anos, incluindo na Irlanda do Norte. “Meu pai acreditava que o Exército me transformaria num homem”. Abi descobriu bem cedo que ela era diferente e que “não se encaixava nas regras”, após entrar no Exército nos anos 1980. Mas não se assumiu por mais de 40 anos “tentando desesperadamente” agradar a sociedade e sua família. “Tudo sobre a pessoa que eu sou hoje foi cuidadosamente trancado numa pequena caixa em algum lugar para nunca ser aberta. Ninguém me conhecia”. Abi fez a transição em 2007 após sofrer um ataque nervoso depois de retornar do Afeganistão. Ela deixou o Exército após se sentir que não consegueria servir como uma mulher.