Em nota, a Anistia Internacional afirmou na noite da última sexta-feira (25) que a “autorização e convocação do uso das Forças Armadas para desocupar as rodovias obstruídas por caminhoneiros em greve é extremamente preocupante”. “O papel das Forças Armadas não é atuar em protestos, manifestações e greves. A liberdade de expressão e manifestação são um direito humano”, diz a nota. De acordo com o órgão, o uso de Forças Armadas pode levar a uma escalda da violência e “um passo inadmissível no caminho da militarização da gestão das políticas públicas”, afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil. O presidente Michel Temer fez um pronunciamento na manhã desta sexta no qual anunciou o plano de segurança para liberar as estradas. Temer disse que vai usar as forças federais e pediu que os governadores façam o mesmo. Segundo o presidente, uma minoria radical está impedindo “que muitos caminhoneiros levem adiante seu desejo de atender a população e fazer seu trabalho”. No fim da tarde, o ministro do Supremo Superior Federal (STF) Alexandre Moraes autorizou o uso da força para desbloquear rodovias. O governo também editou um decreto que autoriza homens das Forças Armadas a conduzir os caminhões para garantir abastecimento da população, conforme anunciaram os ministros Eliseu Padilha e Raul Jungmann, em entrevista coletiva à imprensa.