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20 de novembro de 2018
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Ano de 536 d.C foi o pior para se viver, dizem cientistas

Foto Reprodução

Não foi em 1348 com a Peste Negra, ou 1918 com a gripe espanhola que matou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Muito menos os anos da guerra e do Holocausto entre 1941 e 1945. O pior ano da história foi 536 d. C., data que marcou o início de um dos períodos mais difíceis da história da humanidade.

A revelação foi publicada em um estudo na revista “Science”, após um grupo de cientistas norte-americanos, liderado pelo arqueólogo e historiador da Universidade de Harvard, Michael McCormick, chegar à conclusão de que na época um “nevoeiro misterioso” caiu sobre a Europa, Oriente Médio e algumas regiões da Ásia durante 18 meses.

De acordo com a pesquisa, “na data, o Sol foi obscurecido e o clima foi abalado por um nevoeiro de cinzas que baixou drasticamente as temperaturas, arruinando as colheitas, causando fome e uma crise econômica de mais de um século”. “O sol emitia sua luz sem brilho, assim como a lua, durante todo o ano”, disse o historiador bizantino Procópio de Cesareia do século VI. Segundo ele, “desde o início, nem a guerra, nem a peste, nem qualquer outra calamidade, que causava a morte, cessaram entre as pessoas. O que veio a ser chamado de Peste de Justiniano espalhou-se rapidamente”.

A pesquisa revelou que durante o reinado de Justiniano (527-565 d.C.), especificamente no ano de 541, ocorreu uma epidemia global de peste que deixou cerca de 100 milhões de mortos em todo Oriente e 25 milhões na Europa.

Em outro estudo publicado na revista Antiquity, os cientistas explicaram que o enigma sobre a “nuvem misteriosa” foi descoberto “através da análise detalhada das geleiras localizadas entre a Itália e a Suíça. Desta forma, traços de uma erupção vulcânica muito poderosa foram encontrados na Islândia, cujas cinzas se espalharam por todo o hemisfério norte no início de 536”.

A partir desse momento, uma sequência infeliz de acontecimentos piorou as coisas. Como evidenciado pelos núcleos de gelo coletados na Groenlândia e na Antártida, houve outras duas poderosas erupções. Segundo os pesquisadores, foram as erupções vulcânicas que resultaram a série de desastres.