Presente no Festival de Cinema de Sydney, na Austrália, o ator Wagner Moura afirmou, em entrevista ao jornal The Daily Telegraph, que está com receio de voltar ao Brasil. “Pela primeira vez na vida, senti que poderia estar em perigo”, declarou. Moura insistiu que não deixará que suas preocupações o impeçam de voltar, mas disse que isso pode mudar se “as coisas aumentarem ainda mais”. A preocupação do ator se deve ao fato de ele ter dirigido o filme Marighella, que conta a história do guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar no Brasil entre 1964 e 1985. “Eu estava preparado para o filme polarizar as pessoas e para as crÃticas, mas não estava preparado para nossos distribuidores não terem coragem de lançar o filme”, disse. No site oficial do Festival de Cinema de Sydney, existe uma descrição do filme. “Após sua estreia na Berlinale, Marighella foi duramente criticado no Brasil – inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro – apesar de o filme não ter sido lançado lá. Este emocionante thriller é uma celebração de Carlos Marighella, interpretado pelo músico e ator Jorge (Seu Jorge). No Brasil dos anos 1960, governado por uma violenta ditadura militar, Marighella lidera um pequeno grupo de guerrilheiros em uma luta armada contra o regime. Com sequências de ação estimulantes, esse empolgante filme histórico tem poderosa ressonância no presente, no Brasil e além”, diz a nota.