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7 de março de 2024
Brasil

Azul contrata bancos para avaliar potencial compra da Gol

Altamiro Silva Junior/Elisa Calmon/Estadão

Foto Sudoeste Acontece

A companhia aérea Azul contratou dois assessores financeiros, Guggenheim Securities, o banco de investimento da Guggenheim Partners, e o Citigroup, para tentar comprar ao menos parte da Gol, de acordo com pessoas a par do caso que falaram na condição de anonimato.

Os dois bancos vão ajudar a Azul a decidir pela compra de uma parcela ou mesmo pela totalidade da Gol, disseram essas pessoas. Um terceiro cenário é o negócio não evoluir. A Gol, atualmente, está sob proteção do Chapter 11, o equivalente nos Estados Unidos à recuperação judicial do Brasil. Uma eventual proposta da Azul precisaria ser aprovada pelos credores da Gol.

Os rumores no mercado sobre a transação impulsionaram os papéis de Gol e Azul nesta terça-feira, 4. As ações de ambas subiram cerca de 5% por volta das 15h30.

Recuperação

O processo de recuperação da Gol teve início no final de janeiro. Desde então, a Justiça de Nova York autorizou um empréstimo de US$ 1 bilhão para a companhia na modalidade Debtor-in-Possession (DIP). O montante tem sido liberado gradualmente. Até o momento, a aérea teve acesso a US$ 550 milhões, com US$ 450 ainda a serem recebidos.

Além da busca por mais capital, a Gol também negocia com arrendadores. Na semana passada, a irlandesa AerCap, uma das principais arrendadoras da companhia, concedeu uma extensão de 30 dias no prazo para negociações. Até 25 de março, a aérea brasileira pode continuar utilizando as 39 aeronaves arrendadas, assim como motores e equipamentos relacionados.

Latam

Em 2021, o grupo chileno Latam também foi sondado pela Azul enquanto passava pelo processo de Chapter 11. O plano de recuperação judicial da companhia previa um aporte de cerca de US$ 8 bilhões.

Na época, a Azul apresentou uma proposta para ficar com o controle da operação da Latam no Brasil. O plano previa um aporte de cerca de US$ 5 bilhões por parte de alguns credores e era encabeçado pelo Moelis & Company. A Azul calculou que a possível combinação de negócios produziria ganhos operacionais de mais de US$ 4 bilhões.

No entanto, após confirmar a oferta, a companhia recuou por considerar o negócio muito caro e decidiu se concentrar em suas próprias operações, conforme comunicado enviado ao mercado divulgado no final de novembro de 2021. Procurados, Azul, Gol, Citi e Guggenheim não comentaram.