A Bahia contabiliza a marca de quase 10 mil profissionais da saúde, mais precisamente, 9.983 trabalhadores contaminados, que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus, desde o início da pandemia. A informação consta no último boletim divulgado nesta segunda-feira (6), pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).
De acordo com o boletim, o grupo que mais se contaminou, portanto, os que estão mais expostos, foram os técnicos e auxiliares de enfermagem, com 3.186 testes positivos; ; enfermeiros (1.833); médicos (1.001); agentes comunitários de saúde (357); fisioterapeutas (290); farmacêuticos (157); agentes de combate à endemias (152); nutricionistas (143); dentistas (143); assistente social (141); psicólogos (106); fonoaudiólogos (32); biomédicos (29) e bioquímicos (2). A pasta da saúde estadual não divulga o número de óbitos desses profissionais.
Ainda segundo a Sesab, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.231 casos de Covid-19, o que representa uma taxa de crescimento de +1,4%, 61 óbitos (+2,9%) e 1.130 curados (+1,9%). Dos 88.279 casos confirmados desde o início da pandemia, 59.779 já são considerados curados, 26.332 encontram-se ativos e 2.168 tiveram óbito confirmado.
No último domingo (5), o médico cardiologista e pneumologista, Rafael Costa Cruz, de 59 anos, morreu no Hospital Jorge Valente, em Salvador. Dr. Rafael foi diagnosticado com a Covid-19 no final do mês de junho. Ele apresentou os sintomas da doença no dia 29 de junho, quando foi levado para a emergência do Hospital Aliança, onde testou positivo para coronavírus.
Após a confirmação, o médico foi encaminhado ao Hospital Estadual Ernesto Simões, por ser referência no tratamento do novo coronavírus na Bahia. Contudo, o profissional, conhecido pelo trato humanitário com pacientes e colegas de trabalho, preferiu ir para o Hospital Jorge Valente, onde morreu. A ideia dele era deixar a vaga do hospital público para quem mais precisa.
De acordo com a família, o médico passou a semana bem, com suporte de oxigênio. Estava lúcido. Na sexta-feira (3), apresentou quadro de ansiedade e precisou ser entubado, quando o quadro se saúde foi agravado.
Dr. Rafael atuava nos Hospitais Especializado Octávio Mangabeira e Ernesto Simões, em Salvador e no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana. Além de ter trabalhado por muitos anos como professor de biologia. Sua morte causou comoção nas redes sociais.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) lamentou o falecimento do médico. Natural de Salvador e formado em Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em 1992, o profissional era especialista em clínica médica.
“Batizado pelos colegas como um ‘ser humano diferenciado’, Dr. Rafael atuava no Hospital Geral Ernesto Simões Filho. Homem simples e humilde, Dr. Rafael foi destas trincheiras de empatia e solidariedade. No Hospital, ele foi um ícone, perseguido pelos estudantes e residentes pelos corredores. Na cabeceira do leito do paciente, se mostrava um verdadeiro mestre na arte da aplicação da propedêutica, da ausculta, da percussão, da palpação e do diagnóstico”, declarou o corregedor do Cremeb, conselheiro José Abelardo de Meneses, que também atua na unidade de saúde. Aos familiares e amigos do Dr. Rafael, o Cremeb expressa os seus sinceros sentimentos.
O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) também lamentou a perda do “cardiologista competente e dedicado professor na sua especialidade”.