Barbára Borges usou seu perfil no Instagram para desabafar sobre a relação destrutiva que manteve com o álcool e a luta para se livrar do vÃcio. Neste domingo (13), a atriz, que disse estar sem beber há quatro meses, deu sua primeira entrevista sobre o assunto ao colunista Leo Dias, do jornal “O Dia”, e contou que conheceu o fundo do poço por causa da bebida. “Antes de engravidar do meu primeiro filho Martin Bem, eu vivi o que eu considero o auge do meu consumo de álcool e comecei a ficar incomodada porque ficava feliz queria beber, ficava triste queria beber, tudo era motivo para beber e foi então que tive a primeira luz de consciência da minha dependência por não conseguir parar. Lembro de ter falado pra mim mesma ‘Quando eu engravidar, meu filho vai me salvar, porque vou parar de beber’. Engravidei logo em seguida e de fato fiquei mais de um ano sem beber, levando em consideração gestação e amamentação”, disse. Ela afirmou ter ficado abstêmia em suas duas gestações, mas confessou também que, depois delas, tudo voltava ao que era antes. “As amnésias alcoólicas foram ficando ainda maiores. Eu estava avançando no meu despertar espiritual e começou a dar ruim. Eu tinha o álcool como uma válvula de escape, bebia para desestressar, mas já não fazia mais esse efeito. Potencializou as minhas dores. Era angustiante no dia seguinte”, lembrou. E mais: “Vivi meu fundo do poço. E a negação foi o que me conduziu até lá. Não queria aceitar enxergar o mal que estava fazendo comigo mesma. Eu era minha inimiga. A luta era comigo mesma. Tentei negociações que não davam certo: ‘Ah, só vou tomar três cervejas… era sempre mais, não cumpria. Não existe negociação! Eu fui forçando, resistindo, até que me coloquei cara a cara com uma dor muito grande! Tive a certeza que não seguiria adiante.
Para a atriz, o alcoolismo é uma doença até certo ponto socialmente aceita e, por isso, difÃcil de ser enfrentada. “Em geral as pessoas acham que não é bem assim, não é pra tanto. O entendimento do alcoolismo infelizmente é distorcido, mal compreendido e visto preconceituosamente e ao mesmo tempo naturalizado!”, lamentou.
Ela explicou que apesar de não ter tido sua imagem exposta, viveu momentos dramáticos por causa da bebida: “O mundo de aparências não é real e o alcoolismo não tem uma imagem padronizada. Existem muitos graus do alcoolismo e eu vivi o meu, eu entendi onde bastava pra mim. Posso considerar sorte a minha não ter tido minha imagem exposta numa situação dessas porque ao invés de olharem pra pessoa que passa por isso com cuidado, vendo que precisa de ajuda, a pessoa é ainda mais exposta, ridicularizada e tratada com preconceito. Posso dizer que tive sorte de a única vez da minha vida em que vivi uma situação de risco e vulnerabilidade por causa do álcool, num show do Rock in Rio em 2015, ter tido a ajuda de um homem que eu não conhecia”.