O Brasil se aliou aos Estados Unidos, Paraguai e Argentina na criação de um grupo de coordenação antiterrorista na Tríplice Fronteira, uma região considerada turbulenta e que tem servido de palco para a atuação do grupo radical islâmico Hezbollah. Segundo informações divulgadas por diversos serviços de espionagem, o grupo terrorista libanês utiliza a fronteira entre os três países latino-americanos para arrecadar fundos que financiam atividades no continente. A descoberta de que o Hezbollah tem ligação com o narcotráfico no Brasil confirma essas informações. O anúncio foi feito no momento em que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visita a Argentina para participar das homenagens dos 25 anos do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), quando 85 pessoas morreram. A autoria do ataque não foi reivindicada, mas EUA e Argentina acusam o Hezbollah pelo atentado, através do libanês Salman Raouf Salman, que é casado com uma argentina. O Departamento do Tesouro norte-americano prometeu recompensar com 7 milhões de dólares quem denunciar o paradeiro do terrorista. Em sintonia política, Estados Unidos, Brasil e Argentina já começaram a tomar decisões para deter o avanço do Hezbollah, como a inclusão do grupo na lista de organizações terroristas, de iniciativa do governo argentino. Isso deverá desarticular o grupo, permitindo o bloqueio de contas ligadas aos radicais xiitas. Segundo o El País, Mike Pompeo, em Buenos Aires, teria revelado que o Hezbollah mantinha “uma forte e ameaçadora presença” na América Latina e pediu que “todos os países sigam o exemplo argentino”. “Entramos em uma nova era em relação à cooperação entre os Estados Unidos e os países latino-americanos”, disse.