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21 de novembro de 2017
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Cartolas teriam recebido até US$ 3 mi em propina pela Copa América-2015

Imagem Reprodução

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Mais uma ponta do novelo de supostos pagamentos de propina a cartolas do futebol sul-americano começou a ser destrinchada no julgamento do escândalo de corrupção da Fifa, que entra em sua terceira semana em Nova York, nos EUA. Depois do depoimento bombástico do empresário argentino Alejandro Burzaco, ex-homem forte da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias, Santiago Peña, responsável pelas finanças da Full Play, outra empresa argentina, depôs sobre valores que teriam sido pagos a presidentes das federações com assento na Conmebol. De acordo com Peña, US$ 15,3 milhões em propina foram pagos relativos à edição de 2015 da Copa América -US$ 3 milhões ao presidente da Conmebol, US$ 3 milhões ao chefe do futebol argentino, US$ 3 milhões ao representante brasileiro na federação do continente, US$ 6 milhões a cartolas de seis países, o chamado Grupo dos Seis, e US$ 300 mil ao então secretário-geral do órgão. Peña não deu detalhes sobre qual cartola brasileiro teria recebido propina -na época, Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, ocupava o assento do Brasil na Conmebol, mas José Maria Marin, que agora está sendo julgado em Nova York, atuava como o chefe do futebol brasileiro. “Os pagamentos eram relacionados a conseguir influência e lealdade dos presidentes”, afirmou Peña. “Eram pagamentos secretos, registrados numa planilha de Excel gravada num pen drive. Tudo isso ficava registrado como ‘cuentas’ e ‘pagos’.” Essa planilha foi mostrada aos jurados na Corte de Justiça do Brooklyn em detalhe. Nela, cada cartola era identificado com o nome de uma marca de carro. Honda, por exemplo, era uma referência a Juan Ángel Napout, ex-chefe do futebol paraguaio e ex-presidente da Conmebol, e Fiat era Manuel Burga, ex-chefe do futebol peruano. Nenhum brasileiro é citado no arquivo em questão. O depoimento de Peña corrobora o que foi dito por Burzaco, outra testemunha da acusação, na semana passada. A Full Play, empresa para a qual Peña trabalhava, formava parte da Datisa ao lado da brasileira Traffic e da argentina Torneos y Competencias. Essa joint venture, segundo as testemunhas, era a responsável pelos pagamentos relativos a propina atrelada à transmissão das edições de 2015, 2019 e 2023 da Copa América, além de uma edição especial do torneio, realizada no ano passado, nos Estados Unidos.