Dados de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que 20 milhões de crianças em todo o mundo não foram vacinadas contra doenças como o sarampo, a difteria e o tétano em 2018. As informações foram divulgados na última segunda-feira (15), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Para as agências, esse número equivale a mais de um em cada 10 menores em todo o planeta. O nível de estagnação da cobertura de vacinação com três doses de difteria, tétano e coqueluche, também conhecida como tosse convulsa, e uma dose da vacina contra o sarampo, é de cerca de 86% em nível global. Apesar de ser considerado elevado, esse nível de cobertura não é suficiente. As agências destacam que é necessária uma cobertura de 95% entre países e comunidades em todo o mundo, para proteger as crianças contra surtos de doenças que podem ser evitados pela vacinação. Grande parte das crianças que não foram vacinadas vive nos países mais pobres e está desproporcionalmente em nações que vivem em conflitos ou são afetadas por eles de alguma forma. Quase metade do total de crianças não vacinadas vive em 16 países com esses problemas: Afeganistão, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Haiti, Iraque, Mali, Níger, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iêmen. De acordo com as agências da ONU, se essas crianças ficarem doentes, correm o risco de sofrer as consequências mais graves para a saúde e têm menor oportunidade de acesso a tratamentos e cuidados de saúde quContinue lendo…
Cheio de posts como esses, o Twitter do neurocirurgião Omar Ibrahim, 32, é um registro em tempo real do que está acontecendo em Idlib, região no noroeste da Síria considerada o último bastião dos rebeldes que lutam contra o ditador Bashar al-Assad há oito anos. Desde abril, o regime e seus aliados –especialmente a Rússia– vêm fazendo uma forte ofensiva contra esse enclave onde ficou confinada a oposição, considerada terrorista por Assad. A área também está cheia de civis: estima-se que 3 milhões de pessoas vivam lá, 1 milhão delas, crianças. Organizações humanitárias vêm denunciando o ataque proposital a centros de saúde como o de Ibrahim. Na quarta (10), pouco antes de responder ao pedido de entrevista da Folha, ele postou: “Hoje cedo meu hospital foi alvo de um ataque aéreo enquanto eu estava trabalhando”. Foi o quarto bombardeio ao hospital Maarat al Numan, o único funcionando no sul de Idlib, desde 2016. Havia 200 pessoas no local. Ninguém morreu, mas o prédio foi danificado. No mesmo dia, outro hospital, uma clínica e um centro de ambulâncias foram atacados, gerando críticas do secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um apelo por respeito ao direito humanitário internacional. Segundo Ibrahim, dois meses atrás eles já tinham se mudado para o porão do edifício, por motivo de segurança. Com isso, a capacidade de atendimento foi reduzida em 50%: conseguem tratar de 50 a 100 pacientes diariamente. Apenas casos de emergência extrema são aceitos. O local tem só cinco médicos. Para dar conta da demanda, Ibrahim dorme no próprio hospital e fica alerta 24 horas por dia. Algumas de suas postagens mostram sua rotina com os colegas –como a refeição do fim do Ramadã, que eles comemoraram com alguns doces e refrigerantes, entre uma cirurgia e outra. Ibrahim é egípcio e está na Síria há cinco anos. Trabalhava em um hospital universitário em seu país e largou tudo para ir para o meio da guerra. “Eu lia sobre a situação da população, que muitos médicos tiveram de sair, que faltavam cirurgiões. Decidi ajudar.” Juntou-se à ONG Sociedade Médica Síria-Americana (SAMS, na sigla em inglês) e passou três anos em Aleppo, uma das cidades mais afetadas pelo conflito. Quando Aleppo foi evacuada, mudou-se para Idlib.O neurocirurgião trabalha em condições precárias, com escassez de materiais básicos. Já teve de tratar pessoas com sintomas que, segundo ele, indicavam ataque por armas químicas. “Há dois anos, recebemos cem pacientes que acreditamos terem sido atingidas por gás sarin. Foi a primeira vez que vi esse tipo de coisa. O estado delas era muito, muito ruim.” Para manter a mente sã, ele reza, medita e tenta passar tempo com amigos. Diz que posta os casos no Twitter para compartilhar sua experiência, trocar informações com médicos e mostrar o que está acontecendo no conflito. Segundo Ibrahim, a ofensiva sobre Idlib “está piorando dia após dia”. “Tenho medo de que o hospital seja bombardeado de novo e pare de funcionar. Seria uma catástrofe.” Ainda não voltou para o Egito para visitar a família. Questionado por quanto tempo planeja ficar na Síria, responde: “Pelo tempo em que eu for necessário aqui”.
Uma ação inédita e histórica ocorreu na manhã do último sábado (13), a qual veio comprovar que Brumado vem fazendo com louvor a sua lição de casa na área da Saúde Pública, que teve avanços muito significativos nos últimos anos. Uma equipe médica veio especialmente de Salvador para recolher órgãos de uma paciente que teve morte encefálica. A família autorizou a doação e o processo foi realizado pela primeira vez no município, graças aos investimentos feitos na estrutura física e em equipe médica do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto. Um dos profissionais que participou do processo, o médico Murilo Lemos, disse que “graças a atitude dos familiares que autorizaram a doação dos órgãos, todo o protocolo pode ser realizado conforme a Secretaria de Saúde do Estado preconiza. Tem que se enaltecer a estrutura do Hospital que conta com um Centro Cirúrgico com uma ótima logística, o que contribuiu de forma muito positiva para este tipo de procedimento, que é inédito na região, pois só era realizado em Vitória da Conquista”.
“O processo de modernização do setor de saúde pública de Brumado, que se iniciou em 2005, quando o hospital tinha sérias deficiências estruturais e apenas um médico atendendo à população. Atualmente são mais de 50 profissionais trabalhando na unidade, e com tantos investimentos na Saúde, implantação das duas UTI’s, ampliação do Centro Cirúrgico, Brumado está tendo a capacidade de estar sendo realizado em Brumado a capitação de órgãos”, observou o secretário de saúde, Cláudio Feres. Por fim, o prefeito Eduardo Vasconcelos destacou que “os avanços e conquistas do setor são inquestionáveis, e, hoje, nós demos mais um passo importante na busca da excelência dos serviços, pois uma equipe médica local participou diretamente nessa ação histórica que foi capitação de órgãos. É a coroação de um trabalho árduo e de muita dedicação que estamos fazendo promovendo ações de muita resolutividade na média e alta complexidade, a ponto de merecer essa atenção do Estado e aqui vir fazer coleta desse tipo”.
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou na última quarta-feira (10), em caráter terminativo, a concessão da meia-entrada em eventos culturais e esportivos a doadores regulares de sangue, de acordo com O Globo. Se não houver recurso, o texto, de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede), seguirá direto para a Câmara dos Deputados. Para ter direito ao benefício, a pessoa precisará comprovar pelo menos três doações no período de um ano, conforme a proposta. O projeto modifica a Lei da Meia-Entrada, de 2013, ao estabelecer que “também farão jus ao benefício da meia-entrada os doadores regulares de sangue que comprovem, por meio da apresentação de documento oficial de identidade e de carteira de doador emitida por entidade autorizada pelo Poder Público, a realização de um mínimo de três doações em um período de doze meses”. Atualmente, tem direito ao benefício estudantes, idosos, pessoas com deficiência (incluindo acompanhantes) e jovens de 15 a 29 anos de baixa renda. O autor da matéria defende que Estado precisa incentivar a doação de sangue e disse que a meia-entrada para doadores já existe no Espírito Santo – seu estado – além de Santa Catarina e Paraná.
O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) aponta que pelo menos 354 municípios baianos tiveram casos de dengue em 2019. Entre o dia 30 de dezembro de 2018 e a última quarta (3), quase 44,5 mil casos prováveis foram notificados em todo o estado, o que representa um aumento de 561,6% em comparação ao mesmo período de 2018, quando houve 6.725 casos prováveis da doença. A maior incidência de dengue na Bahia foi registrada na cidade de Coração de Maria, no centro-norte do estado. Com menos de 23 mil moradores, a taxa de incidência da doença no município é de 3.550,01 para cada 100 mil habitantes. Até o momento, a Sesab recebeu a notificação de 38 óbitos por dengue na Bahia em 2019. Vinte dessas mortes já foram confirmadas: oito aconteceram em Feira de Santana, três em Salvador, duas em Paulo Afonso, uma em Candeias, uma em Rafael Jambeiro, uma em Saubara, uma em Jacobina, uma em Paripipiranga, uma em Presidente Dutra e outra em Santo Antônio de Jesus. Outros 12 óbitos foram descartados com relação à dengue, enquanto seis mortes estão sendo investigadas.
O consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos, está associado a um aumento do risco de câncer. A conclusão é de um estudo publicado nesta quarta-feira, 10, no British Medical Journal (BMJ). Embora seja bem conhecida a relação entre bebidas açucaradas e doenças como hipertensão e diabete, a ligação do consumo com casos de câncer ainda é pouco medida. A pesquisa concluiu que um aumento de 100 ml por dia no consumo de bebidas açucaradas (incluindo nessa lista os sucos de fruta 100% naturais) foi associado a uma alta de 18% no risco de câncer em geral e a um aumento de 22% no risco de câncer de mama. Separadamente, o grupo das bebidas açucaradas (como os refrigerantes) e o dos sucos de fruta também têm relação com a alta de casos de câncer. Para realizar a pesquisa, uma equipe de cientistas acompanhou, durante no máximo 9 anos, 101 mil adultos franceses saudáveis (21% homens e 79% mulheres) com média de idade de 42 anos no momento da inclusão no estudo. Os participantes tinham de preencher relatórios com sua rotina alimentar – as tabelas incluíam bebidas açucaradas e bebidas adoçadas artificialmente. A aparição de casos de câncer ao longo dos anos também era relatada pelos participantes e validada por profissionais. Durante o acompanhamento, 2.193 casos de câncer foram diagnosticados. Ao fim do acompanhamento, os pesquisadores fizeram a correlação entre o consumo diário de bebidas açucaradas e a doença. Fatores de risco para o aparecimento de câncer, como idade, histórico familiar, tabagismo e nível de atividade física foram levados em consideração para a análise. A pesquisa não identificou relação entre o aparecimento de câncer e o consumo de bebidas adoçadas artificialmente (como os refrigerantes diet), mas os cientistas recomendam cautela ao interpretar essas estatísticas. Segundo os autores, houve baixo nível de consumo desse tipo de produto pelos participantes, o que pode Continue lendo…
Sempre buscando avanços para o município, o prefeito Eduardo Vasconcelos, juntamente com seu secretariado, vem realizando uma série de viagens de trabalho, as quais vêm apresentando resultados muito satisfatórios. Na último terça-feira (09), acompanhado do secretário municipal de Saúde, Claudio Feres; do prefeito de Dom Basílio, Roberval de Cássia Meira e do deputado federal José Rocha; o chefe do executivo brumadense teve uma importante reunião com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a qual teve como pauta novas e importantes conquistas para o município. A primeira delas é habilitação junto ao Ministério da Saúde da UTI do Hospital Professor Magalhães Neto, para que o custeio passa a ser feito também por meio de verbas federais, já que, atualmente Brumado vem arcando com 40% de gastos com a unidade. Outro assunto importante foi a ampliação do teto do MAC (média e alta complexidade), já que o atendimento vem tendo um crescimento muito alto nos últimos anos e, consequentemente, os custos são cada vez mais elevados. Também foi tratada a habilitação junto ao MS do Programa Melhor em Casa, que vem funcionando no município desde 2017 e apresentando excelentes resultados, mas que, atualmente, é totalmente custeado pela administração municipal. Por fim se tratou da habilitação junto ao MS dos custeios para os serviços do SAMU 192, bem como a atualização e reposição das ambulâncias, as quais já apresentam desgaste, já que tem vários anos na ativa. Segundo o prefeito o ministro foi muito receptivo e garantiu empenhar todos os esforços no atendimento às solicitações que foram feitas. No final ele foi convidado a conhecer Brumado e todos os avanços obtidos na área de saúde e aceitou o convite dizendo que irá marcar a data. O secretário Claudio Feres ficou muito satisfeito com a reunião e disse estar muito otimista na obtenção das novas verbas federais, o que fará com que os recursos atuais possam ser aplicados em outros setores prioritários.
Médicos do Hospital Regional de Juazeiro, cidade no norte do estado, entraram em greve ontem (4). A categoria alega que a paralisação acontece devido a atrasos no pagamento dos salários, além de condições precárias de trabalho, segundo a TV Bahia. É a segunda paralisação no hospital este ano. A unidade faz parte de uma rede de saúde que abrange 53 cidades dos estados da Bahia e Pernambuco. Além dos médicos, outros profissionais da saúde, como psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas também estão sem receber salários há dois meses. Os profissionais continuam trabalhando, mas estão enfrentando dificuldades. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que paga regularmente à Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Castro Alves, que faz a gestão do hospital. A pasta afirma que foi feito ontem um pagamento de quase R$3,6 milhões para a entidade, e que o hospital está funcionando normalmente. A TV Bahia não conseguiu contato com a associação responsável pela gestão do hospital. Conforme a ANP, resolução é baseada no tratamento igualitário aos agentes regulados, transparência total e imediata dos preços vigentes na etapa de produção e importação, flexibilidade total na indicação de preços no âmbito dos contratos homologados, sendo assim, não há necessidade, por exemplo, de criação de fórmulas e, por fim, agilidade na alteração das condições contratuais de preço.
Um levantamento divulgado Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), na quarta-feira (3), mostra que os números de casos de dengue na Bahia, neste primeiro semestre, é quase sete vezes maior que o mesmo período de 2018. De acordo com a Sesab, foram notificados mais de 40 mil casos de dengue entre 345 cidades baianas nos seis primeiros meses de 2019. Os municípios com mais casos da dengue este ano são Correntina, no oeste, com 1.015 casos, e Coração de Maria, a cerca de 114 km de Salvador, que teve 830 registros de dengue. A Sesab informou ainda que houve 38 notificações de mortes suspeitas de estarem relacionadas à doença. Desse total, 20 casos já foram confirmados através de exames laboratoriais. A cidade que teve mais mortes mortes foi Feira de Santana, com oito casos.
Desde a saída dos Mais Médicos, em novembro de 2018, a Bahia ainda é o estado do Brasil com maior déficit de profissionais. De acordo com o Ministério da Saúde, no mês de maio, 132 vagas ainda precisavam ser preenchidas em cidades baianas. Para tentar atender as demandas nos municípios que estão com vagas abertas, a Secretaria de Saúde do Estado de Saúde (Sesab) apresentará, nos próximos dias, um programa similar ao Mais Médicos, mas com profissionais brasileiros. Segundo o titular da pasta, Fábio Vilas-Boas, a Sesab fez um levantamento há dois meses para realizar o projeto. Neste programa, os médicos contratados seriam brasileiros formados dentro ou fora do país. Uma outra modelagem do programa é criar uma residência em família e comunidade para os estudantes de medicina. “Essas três modelagens seriam aplicadas para o Mais Médicos na Bahia ou no Nordeste. Já concluímos esse projeto e vamos apresentar ao governador”, afirmou Vilas-Boas”, na última quinta-feira (27). O titular da Sesab disse que não tem informações sobre o contato que os gestores do Nordeste fizeram com a Opas, organização pan-americana responsável pela exportação de profissionais de saúde, para retomar o contato com os médicos estrangeiros. “Não conversei sobre isso com o governador. A única coisa que sei é que o governador do Piauí fez um contato com a organização do Mais Médicos”, declara o secretário. Para Fábio, a chegada no Hospital Metropolitano deverá movimentar a economia das cidades que ficam na Região Metropolitana de Salvador. O secretário diz que, se o hospital for inaugurado em dezembro, dois mil empregos devem ser gerados na região. “O hospital vai ter um forte impacto nas cidades dali. Vamos ter uma organização para contratar esses profissionais”, diz titular da Sesab. Com 78% das obras concluídas, o hospital vai substituir o Hospital Geral Menandro de Farias, que fica na Estrada do Coco, em Lauro de Freitas. Com o Metropolitano, o HGMS será uma hospital materno-infantil. “O Metropolitano vai atender todas as especialidades, mas única coisa que o hospital não irá atender é a parte de obstetrícia e pediatria, que ficará com o Menandro”, informa Vilas-Boas. Um dos projetos da atual gestão da Sesab é acabar com a fila da regulação. De acordo com o secretário, ainda não há prazo específico para a pasta zerar o número de pacientes. “Eu não tenho esse prazo. Nó estamos avançando, mas a gente ampliou a capacidade do sistema e o volume de pedidos dobrou. Nós já tivemos uma grande melhora, porque houve uma redução de mais de 77% de pacientes”, conta.
O Programa Saúde na Hora foi criado em maio de 2019 pelo governo federal, o qual tem como objetivo a extensão do horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios que fizerem adesão ao programa, facilitando assim o acesso da população aos serviços de saúde na Atenção Básica. A ampliação dos horários de atendimento para funcionamento das unidades ficará entre 60h e 75h semanais, o que contribuirá para diminuir a grande demanda do setor. Brumado fez com rapidez a adesão ao referido programa nesta quinta-feira (27) já recebeu a confirmação por meio do Ministério da Saúde da habilitação da primeira unidade que oferecerá o Saúde na Hora, que foi a UBS Liziane dos Santos Alves, que fica localizada ao lado do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto. O Fundo Nacional de Saúde (FNS) adotará as medidas necessárias para as transferências de recursos estabelecidos aos respectivos Fundos de Saúde e a unidade já deverá estar atendendo em horário estendido no próximo mês de julho. A habilitação da unidade é mais uma comprovação da sintonia fina da administração municipal com os grandes anseios da população.
A partir de agosto, o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farmanguinhos/Fiocruz) vai produzir e fornecer para o Sistema Único de Saúde (SUS) o antirretroviral Duplivir, usado no tratamento de pessoas que vivem com o vírus HIV/Aids. No início de junho, a instituição, ligada ao Ministério da Saúde, concluiu a produção de três lotes-piloto do medicamento, num total de 30 milhões de doses, já distribuídas para as unidades farmacêuticas. Até o fim do ano, serão produzidos em Farmanguinhos mais 75 milhões de comprimidos do Duplivir para o SUS. A coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Alessandra Esteves, disse que a fabricação do medicamento pela instituição pública foi possível por um acordo de transferência de tecnologia com a fabricante nacional Blanver, no modelo chamado de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP). “O parceiro privado, nesse acaso a Blanver, transfere a tecnologia de produção, chamada de reversa. A gente absorve primeiro a parte de embalagem, depois o controle de qualidade e por último a produção do medicamento em si, o que aconteceu agora em junho com os lotes-pilotos”. Ela explicou que, durante o período da transferência, que leva cinco anos, o parceiro privado tem a garantia do fornecimento do produto para o governo, já que o Farmanguinhos começa o processo adquirindo a expertise na embalagem do remédio produzido pelo parceiro, avançando para a análise e, apenas na última etapa, passa a dominar o processo completo da produção. Com a etapa dos lotes-piloto concluída, Alessandra disse que o Farmanguinhos será incluído como local de fabricação do Duplivir pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Duplivir reúne em um único comprimido dois princípios ativos, o fumarato de tenofovir desoproxila e a lamivudina, o que reduz a quantidade de comprimidos ingeridos diariamente e melhora a qualidade de vida do paciente, segundo Alessandra. A coordenadora destacou que a produção nacional e pública fortalece o programa de HIV/Aids do Ministério da Saúde, que já é reconhecido internacionalmente. “Nós somos uma fábrica pública de medicamentos, então é o próprio governo dominando a tecnologia de produção e atendendo a população do jeito que necessita. Além disso, a gente está impulsionando a economia local, com a questão da geração de emprego e renda. Com a nacionalização dos insumos ativos, a gente passa a dominar essa parte tecnológica no país. É uma questão importante, porque traz a soberania e a independência nacional”. Segundo Alessandra, a demanda anual varia de 70 milhões a 150 milhões de unidades, e Farmanguinhos terá capacidade de suprir toda a necessidade do país. O medicamento tinha preço de mercado de R$ 3 por comprimido, com a parceria o valor caiu para R$ 1,90, o que representou, nos últimos cinco anos, uma economia de R$ 258 milhões para os cofres públicos. O Brasil começou a distribuir gratuitamente os medicamentos antirretrovirais para as pessoas que vivem com HIV em 1996. Nem todos que são infectados pelo vírus desenvolvem a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde indica que foram diagnosticados 42.420 novos casos de HIV e 37.791 casos de aids no Brasil em 2017. Desde o ano de 1980 até junho de 2018, foram detectados no país 982.129 casos de aids. O total de óbitos em 2017 chegou a 11.463, o que representa uma queda de 15,8% desde 2014.