O preço do tomate disparou nas feiras e supermercados da capital baiana. O produto, que antes era encontrado a R$ 2,99, dobrou de preço e está sendo comercializado por até R$ 6. A alta excessiva, segundo comerciantes baianos, é motivada pelas fortes pancadas de chuva que têm destruído plantações no interior do estado e em outras regiões do estado vizinho, Espírito Santo. No Mercado das Sete Portas, feira tradicionalmente conhecida por preços baixos e produtos frescos, o famoso tomate de salada, cujo quilo era vendido por até R$ 2,99, hoje já é encontrado ao preço de R$ 6. “E tudo indica que pode aumentar mais. A caixa, que antes era vendida por cinquenta ou sessenta reais, já ta saindo por cento e vinte. Não deve cair esse preço tão logo, porque o mercado está desabastecido. Quarta-feira [29 de janeiro] é dia de voltar da Ceasa e ver se o preço da caixa aumentou ou diminuiu”, contou o vendedor Erivaldo Ribeiro, de 67 anos, que há 44 anos atua na feirinha.
Por lá, seu Otávio Nery é um dos poucos que ainda mantém o quilo do tomate de salada por R$ 3,50. Mas não deve durar muito. “Esse é o que sobrou da compra que fiz de uma plantação que vem de Jaguaquara [interior da Bahia], por isso ainda está nesse preço. Mas, comprando a caixa que já está por cento e vinte reais, vai subir para no mínimo cinco reais o quilo.
Quando tem chuva demais, acaba com tudo. Além de estragar a plantação, tem caminhão que não consegue chegar na roça para pegar o tomate”, explicou. À reportagem, ele contou ainda que, com a falta do produto nos centros de abastecimento, o preço vai continuar subindo. “A gente sabe que o pessoal aproveita que está em falta, aí quem passa, quem consegue trazer, quer vender mais caro. A chuva diminuindo, ainda deve levar um tempo para normalizar”.
O mesmo ocorre com a plantação do chamado tomate rasteiro, que até segunda (27) ainda era encontrado na feira por R$ 2,49. “Fui na Ceasa e encontrei a caixa sendo vendida pelo dobro do preço que geralmente compro. E, ainda assim, era aquele tomate feio. Acabei não comprando. Essa semana vai ser bem delicado, porque está acabando. Esse que ainda tenho não deve durar mais dois dias. Com muita chuva, trovoada, acaba destruindo tudo”, revelou Marcio Oliveira Andrade, 40 anos, que há 15 trabalha no Mercado das Sete Portas.
Alta grande também nos supermercados. No RedMix Atacado, que fica situado entre a Rua Djalma Dultra e a Rua Cônego Pereira, o fruto podia ser encontrado pelos clientes de R$ 2,99 há cerca de quinze dias, mas chegou a atingir a marca dos R$ 4,98. Na segunda, contudo, já houve uma significativa redução para R$ 3,99. “O aumento maior foi na semana passada. Essas chuvas repentinas acabaram com a plantação que vem de fora, ficamos sem. Agora a gente espera que a situação se estabilize. Essa alta costuma ocorrer em março, abril, que é quando tradicionalmente ocorre o período chuvoso, destruindo as plantações”, disse o gerente, Celso Souza.