A dipirona, popularmente conhecida para aliviar dor e febre, tem sido tema de debates intensos sobre sua segurança. eficácia e proibições em algumas partes do mundo. Ela, que é um dos remédios mais vendidos do Brasil, não é comercializada em paÃses como Estados Unidos e parte da União Europeia, por preocupações com um possÃvel efeito colateral grave.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais de 215 milhões de doses da dipirona foram comercializados no paÃs somente em 2022.
Entre os anos 1960 e 1970, o remédio era amplamente disponÃvel em várias partes do mundo. No entanto, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, retirou o medicamento de circulação em 1977, devido a relatos de casos graves de doenças sanguÃneas após o seu uso, incluindo mortes.
Por causa disso, tanto a dipirona quanto outros medicamentos do mesmo grupo foram abandonados em diversos paÃses devido ao risco de causarem agranulocitose irreversÃvel, uma reação adversa potencialmente fatal que resulta na redução das células de defesa do sangue, predispondo o indivÃduo a infecções.
No continente europeu, paÃses como Alemanha, França e Espanha ainda permitem o uso do remédio, pois estudos epidemiológicos sugeriram que os riscos não eram maiores que os de outros analgésicos.
Já no Brasil, foi feito um estudo abrangente conhecido como Latin Study, realizado em conjunto por cientistas brasileiros, da Argentina e México. A pesquisa apontou uma taxa relativamente baixa de casos de agranulocitose, mas isso não faz o medicamento ser isento a riscos.
Especialistas brasileiros e estrangeiros se reuniram em 2001 em um painel de avaliação de segurança da dipirona, concluindo que sua eficácia como analgésico e antitérmico é inquestionável, e os riscos associados ao uso são baixos e similares ou menores do que outros medicamentos disponÃveis no mercado.
Apesar de tudo, a dipirona é considerada segura quando usada corretamente e de acordo com as indicações médicas, principalmente levando em consideração as dosagens recomendadas e não exceder o limite diário seguro. Se consumida em excesso, pode levar a efeitos colaterais adversos, como enjoo, vômito, disfunção renal e hepática, entre outros. Pacientes com problemas renais ou hepáticos devem ser especialmente cuidadosos.