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A ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon avalia que o ministro Sergio Moro tem um comportamento estrategista e acredita que ele não terá a função de “aliviar” a imagem do governo Jair Bolsonaro, após o anúncio do pacote anticrime. “Não será um ministro bombeiro para apagar incêndio, aliviando a imagem do governo. Será um ministro empenhado em desenvolver projetos integrados, voltados para os objetivos finais da sua pasta”, afirmou, em nota à Folha. Ela compara o ex-juiz-federal com outros membros do governo que bateram “a cabeça uns nos outros”, enquanto Moro teria ficado silencioso. “Não foram poucas as cobranças a ele endereçadas das miudezas sobre o filho do presidente, disse me disse de Onix, indiscrições do vice e vai e volta de alguns ministros”, diz a ex-corregedora. Para Eliana, o projeto “estava sendo estudado a partir da realidade encontrada pela equipe, sem açodamento ou prato feito antes do conhecimento de causa”. “As questões investigativas que estiverem na alça de mira do Ministério Público e da Justiça não dizem respeito ao seu mister, voltado para a realização de um modelo a ser traçado nas três pontas: combate à corrupção, ao crime organizado e ao crime violento. Se infringida a lei que será elaborada segundo o modelo traçado, o problema não será com o Ministério da Justiça e sim com a Polícia, o Ministério Público e a Justiça”, escreveu. A ex-corregedora anunciou apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições, no ano passado, e chegou a se desfiliar da Rede por conta disso.
