O Brasil enfrenta atualmente o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como “epidemia” de cesáreas. Dados de 2016 mostram que 55,6% dos partos foram cirúrgicos no paÃs. Essa é a segunda maior taxa do mundo, superada apenas pela República Dominicana (56%). A Bahia, por sua vez, registra um Ãndice menor. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, 43% dos bebês nascidos vivos no estado em 2017 tiveram parto cesáreo. Neste ano, os números seguem parecidos, com um leve aumento percentual: 44% de cesáreas até 2 de agosto. No entanto, o número ainda está muito acima do recomendado pela OMS, que varia de 10% a 15%. Durante a inauguração do Centro de Parto Humanizado do Subúrbio, o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o projeto do governo visa à redução da mortalidade neonatal e materna a partir do estÃmulo ao parto natural. “A estruturação de centros de parto humanizado, como esse que nós inauguramos hoje, com toda uma infraestrutura de retaguarda para atender algum tipo de complicação, faz parte de um projeto nosso para reduzir a mortalidade neonatal e materna, que ainda estão em nÃveis acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde”.
Ao defender o parto natural, Vilas-Boas explicou que a “cultura da cesárea” é influenciada por variáveis que afetam tanto as gestantes mulheres – pela facilidade de marcar hora para o procedimento – quanto os médicos – pela maior remuneração, no caso de unidades privadas, e pela pressão em casos de sobrecarga de atendimento.