Ao menos 285 empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira perderam, juntas, R$ 1 trilhão em valor de mercado desde a volta das negociações pós-Carnaval, informa o jornal Folha de S. Paulo, com base em dados da consultoria Economatica. Neste perÃodo, mercados globais tiveram as piores quedas desde a crise financeira de 2008 com o avanço do coronavÃrus fora da China e a guerra por preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia. O Ibovespa, Ãndice das maiores companhias listadas na B3, acumula queda de 25% desde a quarta-feira (26) de Cinzas. Nesta quarta (11), o Ãndice caiu 7,6%, a 85.171 pontos, menor patamar desde dezembro de 2018. Segundo a Folha, a maior desvalorização desde a folia momesca é da Petrobras, que viu ruir cerca de metade de seu valor de mercado.
No ano, a estatal perde R$ 196,5 bilhões e, encerrou o pregão desta quarta valendo R$ 210 bilhões, menor patamar desde junho de 2018, quando a estatal se recuperava de perdas decorrentes da paralisação dos caminhoneiros, quando adotou programa de subvenção e o preço do diesel caiu. A petrolÃfera, diz a reportagem, sofre não apenas com a desaceleração da economia global em decorrência do coronavÃrus, mas com a forte queda no preço do petróleo nesta semana em decorrência do aumento de produção da matéria-prima pelos sauditas, de modo a pressionar a Rússia, depois que o paÃs se negou a entrar em acordo com a Opep (Organização dos PaÃses Exportadores de Petróleo) para reduzir a produção e elevar o preço do óleo.
No ano, a commodity acumula queda de 45%, com o barril do Brent cotado a US$ 35,79. Em seguida, os bancos Bradesco e Itaú têm as maiores quedas. Além de serem prejudicados por um menor crescimento da economia, o setor é impactado com a Selic na mÃnima histórica, a 4,25% ao ano. O mercado precifica que, na próxima quarta (18), o Banco Central reduza ainda mais a taxa, em 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual. O setor é impactado ainda com as perdas do mercado financeiro, já que são grandes acionistas de muitas companhias. Ainda conforme a Folha, a quarta mais afetada é Vale, cuja receita está atrelada ao preço do minério de ferro e à economia chinesa, em desaceleração pelo coronavÃrus. A mineradora perde R$ 48 bilhões em valor de mercado no ano. No momento, vale R$ 215 bilhões.
Dentre as empresas que mais se desvalorizaram também estão Ambev e Magazine Luiza, que dependem do crescimento no consumo brasileiro. Com a economia fraca e coronavÃrus paralisando atividades, o consumo tende a cair. AA B3, operadora da Bolsa de Valores de São Paulo, também tem uma das maiores perdas. O mercado precifica uma forte saÃda de investidores da renda variável e um número menor de aberturas de capital no ano, o que deve reduzir as estimativas de lucro da companhia.