O escritor Olavo de Carvalho afirmou nas redes sociais que irá votar no presidente Jair Bolsonaro (PL) por falta de opção na disputa ao Palácio do Planalto, em 2022.
Antes aliado de primeira hora de Bolsonaro e tido como ideólogo do governo, o escritor se tornou crítico do presidente. Em suas mais recentes publicações, Olavo afirmou que Bolsonaro falhou na briga contra o que chama de comunismo.
“De luta anticomunista, o Bolsonaro não entende Porra Nenhuma [sic]. Atacar a Globo em vez do Foro de São Paulo é, para usar a expressão bíblica, coar o mosquito e engolir o camelo”, escreveu Olavo no Twitter na manhã desta terça-feira (28).
Em resposta a um seguidor, Olavo disse que vai “votar no próprio Bolsonaro, por falta de alternativas”.
Em outra publicação, Olavo afirmou que Bolsonaro é o melhor candidato. “O problema é que, na situação calamitosa a que chegamos, isso não gasta”, declarou o escritor, que também tem feito críticas aos militares e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O escritor ainda entrou em atrito, na última semana, com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, que havia feito críticas a Olavo.
Considerado “guru” do bolsonarismo, Olavo disse, no último dia 20, que o presidente o usou como “poster boy” para se eleger. A declaração foi feita durante live realizada no YouTube, ao lado de outros nomes conservadores como os ex-ministros Ricardo Salles (Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação).
Em depoimento à Polícia Federal, no fim de novembro, o escritor minimizou os vínculos com a família de Bolsonaro e seus principais discípulos no país, como o blogueiro Allan dos Santos.
Olavo afirmou aos investigadores que conversou em quatro oportunidades com Bolsonaro, sendo três por ligação de menos de dois minutos, e uma no jantar realizado na Embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
Também afirmou ter sido convidado por Bolsonaro para ocupar o cargo de ministro da Educação ou da Cultura, mas que recusou o convite. Ele confirmou ainda que indicou os nomes de Ernesto Araújo para as Relações Exteriores e Ricardo Vélez para a Educação, ambos já demitidos do governo.