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23 de maio de 2016
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Estudante cega conclui graduação em Fisioterapia na Bahia

Imagem Reprodução

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No próximo fim de semana, a estudante Erika Brandão Andrade, do campus de Jequié, irá se tornar bacharel em Fisioterapia. Além do fato de estar finalizando uma importante etapa da vida, a conquista dela é ainda mais especial, pois, durante a realização do curso, Erika enfrentou alguns desafios impostos pela deficiência visual. A estudante perdeu a visão em 2008. Além de aprender a lidar com essa nova condição, Erika enfrentou outros obstáculos. “Um dos maiores desafios encontrados durante toda a graduação foram as barreiras humanas impostas por questionamentos como: Será que ela vai conseguir? Como é que ela vai estagiar? Será que ela vai conseguir realizar todas as práticas? Ao mesmo tempo em que essas questões me chateavam, por outro lado me desafiavam a me dedicar ainda mais ao curso e dar o meu melhor em tudo”, conta a aluna. “Assim como meu percurso acadêmico foi traçado de desafios, também tive, durante esse período, muitas conquistas”, completa Érika. Segundo ela, uma das “maiores conquistas foi ter passado por todas as disciplinas tendo 100% de aproveitamento e participação em todas elas. Outra vitória foi a conclusão com êxito dos estágios, em especial os estágios de UTI e Pediatria que eram os mais questionados inicialmente”. Durante sua trajetória na Uesb, Érika contou com o apoio Núcleo de Acessibilidade e Inclusão para Pessoas com Deficiência (Naipd), o que permitiu que ela tivesse uma formação em igualdade de oportunidades com todos os colegas, mesmo nas disciplinas em que o aprendizado dependia do acesso às imagens. “Recursos didáticos foram produzidos para que, por meio do tato, ela tivesse acesso ao conhecimento. Em época de estágio, uma profissional de Fisioterapia foi contrata pela Uesb para ´emprestar-lhes os olhos´, seja na UTI do Hospital Prado Valadares para leitura dos monitores, seja no atendimento à criança, jovem e adulto no hospital e clínicas”, explica a coordenadora do Naipd de Jequié, Marina Helena. De acordo com a estudante, além do apoio dado desde o início da graduação, principalmente no período de adaptação do uso de alguns materiais, o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão para Pessoas com Deficiência serviu como suporte para os docentes, orientando-os sobre a melhor maneira de desenvolver um trabalho inclusivo. “Não posso deixar de considerar também, como uma grande conquista, a mudança da visão dos docentes a respeito da inclusão e o reconhecimento de muitos deles, de que o cego pode executar qualquer tarefa, inclusive ser fisioterapeuta, desde que lhe ofereça condições adequadas”, destaca Érika.