Pelo menos oito grandes obras de infraestrutura, consideradas prioritárias e sob responsabilidade de empresas investigadas pela operação Lava-Jato, serão entregues até uma década depois do prazo original e com despesas muito acima da previsão inicial. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo. Segundo a publicação, anunciadas em sua maior parte num cenário econômico favorável, elas somavam custos de R$ 66,1 bilhões. Hoje, alcançam R$ 173 bilhões — R$ 106,9 bilhões além do planejado. Além de ficarem mais caras — seja por causa do desvio ou do aumento de custos provocado pela inflação — muitos projetos tiveram de ser adaptados e, em alguns casos, se tornaram menos ambiciosos. Na Bahia, um das obras atingidas é a Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), que teve as obras divida pelo cartel da Petrobras, assim como a extensão sul da Ferrovia Norte-Sul. A obra no estado baiano é executada pelo Consórcio Andrade Gutierrez/Barbosa Mello/Serveng. “As duas obras foram lançadas em 2010, e quando foram incluídas no PAC, o cartel fez um pacote só e dividiu as duas juntas, numa só negociação”, diz o procurador Hélio Telho Côrrea Filho, do Ministério Público de Goiás ao jornal. Ele afirma que são 37 empreiteiras investigadas no caso. A extensão Sul da Norte-Sul e a Fiol foram licitadas por R$ 6,9 bilhões, mas o custo chega hoje a R$ 11,5 bilhões. Licitada em 2010, a extensão sul da Norte-Sul ficaria pronta em 2012. A expectativa é que as obras sejam concluídas no fim do ano, se a União tiver recursos. O atraso da Fiol é maior: o prazo de conclusão saltou de 2012 para 2019 — cinco anos a mais.