As forças de segurança conseguiram desocupar os prédios públicos invadidos na praça dos Três Poderes, usando para isso muitas bombas de efeito moral e spray de pimenta. Os agentes começaram a ter êxito na operação por volta das 16h.
Helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Federal também agiram, sobrevoando a praça e atirando bombas de gás. A tropa de cavalaria também foi acionada, além de carros blindados.
Os manifestantes ameaçaram uma nova investida contra os agentes, mas foram repelidos.
Pouco antes das 18h, os prédios do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal) já estavam totalmente liberados. Nos arredores, manifestantes rezavam e marcavam posição, sentando e deitando em frente às tropas de segurança.
O teto e os arredores do Congresso, no entanto, seguiram ocupados por um período maior. Mas também acabaram desocupados após ação dos agentes de segurança.
No esforço de dispersão, a tropa de choque e a cavalaria avançaram contra os manifestantes que se encontravam nos arredores do STF, fazendo com que o grupo fosse em direção à Esplanada. O espaço foi liberado.
O vandalismo contra as sedes dos Três Poderes levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.
O petista disse que os invasores são verdadeiros vândalos e os chamou ainda de fascistas e nazistas.
Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo, invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF, espalharam atos de vandalismo em Brasília e entraram em confronto com a Polícia Militar.
A ação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Lula, antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.
Os manifestantes vieram em grande parte do acampamento diante do Quartel-General do Exército em Brasília. Eles chegaram à Esplanada e se concentraram inicialmente em frente ao Ministério da Justiça.
Uma parte invadiu a parte externa superior do Congresso e, depois, a área interna do prédio, alcançando os salões onde são exibidos itens históricos recebidos de presente pelo Estado brasileiro por outros países. Depois, chegaram até o Plenário do Senado Federal.
Os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto. Em seguida, se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde conseguiram acessar diferentes andares.
Imagens do Palácio do Planalto mostram vidros quebrados, móveis atirados para fora do prédio, computadores e monitores no chão e ao menos um quadro rasgado.
Os manifestantes puderam circular livremente pelo interior do Planalto, inclusive pela rampa interna do Palácio. Os vândalos conseguiram, com isso, chegar perto do gabinete da Presidência da República.
Os apoiadores se dirigiram ainda ao STF, onde depredaram o Plenário onde acontecem as sessões de julgamento com a presença dos ministros do Supremo. Móveis de maneira foram revirados e danificados, vidros quebrados, documentos espalhados e cadeiras arrancadas do chão.
Um brasão da República foi retirado de uma das paredes do STF e removido do edifício junto com uma poltrona também retirada do prédio. Os manifestantes também usaram uma mangueira de incêndio para inundar o local. No STF, os vândalos chegaram ainda a pichar nas janelas a frase “perdeu, mané” e também vandalizaram com a frase a escultura “A Justiça”, feita em 1961 pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti e que fica em frente ao Supremo.
A frase “perdeu, mané” faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após sofrer hostilidades dos militantes durante viagem a Nova York.
Policiais militares do Distrito Federal foram vistos à distância do local sem reagirem diretamente, apenas tirando fotos dos acontecimentos com seus celulares.
Em Brasília, em reação às bombas, manifestantes soltaram fogos de artifício. No confronto, atiraram grades de ferro e outros objetos contra os policiais, que tiveram carros quebrados. Uma viatura teve os pneus esvaziados e foi jogada parcialmente para dentro do espelho d’água em frente ao Congresso.