Com mais de 60 anos de carreira, Fulvio Stefanini, 78, afirmou que não há papéis na dramaturgia para atores mais velhos. “Geralmente os conflitos acontecem entre os 30 e 50 anos. São as idades em que as coisas realmente acontecem na vida, problemas com a famÃlia, com os filhos, problemas econômicos, então tem muito texto para atores dessa idade e isso não é uma coisa brasileira, é algo no mundo inteiro”, disse Stefanini, em entrevista a Mariana Godoy. Ainda sobre o assunto, Fulvio afirmou que o teatro consegue absorver e dar oportunidade aos atores mais velhos. “A gente vê notÃcias de atores famosÃssimos que reclamam que não têm papel. Claro que existem algumas peças que tem atores mais velhos e geralmente esses personagens são escritos para a idade. Isso é fantástico.”
Escrito em 2012 pelo dramaturgo francês Florian Zeller, a peça “O Pai” é encenada Fulvio Stefanini no Teatro Renaissance, em São Paulo. Com direção do filho Léo Stefanini, a comédia dramática acompanha a relação entre uma filha (Carolina Gonzalez) e um pai idoso que começa a perder a memória: ele necessita de cuidados cada vez mais especÃficos; ela, mesmo não querendo abandoná-lo, precisa viver a própria vida.
O ator defende o ofÃcio e explica porque o valor dos ingressos não é, geralmente, tão caro. “Hoje em dia o teatro está barato porque as outras coisas ficaram caras e ele manteve um preço acessÃvel. O teatro é de quem ama teatro.”. Ao falar sobre algum trabalho que gostaria de ter participado, mas não pôde, Fulvio relembra o filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), baseado na obra do escritor Jorge Amado. “Não pude fazer e quem acabou fazendo foi o Zé Wilker. Fui convidado e não pude porque estava gravando uma novela. Ele seria feito na Bahia e não pude ir, mas o Zé fez maravilhosamente bem, até melhor do que eu faria.” Além de Fulvio Stefanini, o cantor Agnaldo Rayol também participa do programa Mariana Godoy Entrevista, que é exibido sempre à s sextas-ferias, à s 23h, na RedeTV!