• Início
  • ››
  • Internacional
  • ››
  • Guerra: Ataque fracassa operação de retirada de civis, diz autoridade ucraniana
-------- PUBLICIDADE --------
6 de março de 2022
Internacional

Guerra: Ataque fracassa operação de retirada de civis, diz autoridade ucraniana

CNN

O conselho da cidade de Mariupol, na Ucrânia, afirmou neste domingo (6) que não foi possível realizar a retirada de um comboio de civis através de um corredor humanitário por causa de um ataque russo. “É extremamente perigoso tirar as pessoas em tais condições”, disse o conselho da cidade em um comunicado on-line. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou a informação da tentativa para a retirada de 200 mil pessoas de Mariupol.

Um ponto de passagem para saída para civis que tentavam escapar do distrito de Irpin, a oeste de Kiev, capital da Ucrânia, foi atingido na manhã deste domingo. A imprensa internacional estava filmando quando o que parece ter sido dois projéteis de artilharia ou morteiros atingiram o local. O impacto das explosões foi ouvido pelas equipes da CNN em Kiev e nas áreas rurais a sudoeste. Três pessoas foram mortas, dizem autoridades ucranianas, incluindo duas crianças.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que oito mísseis russos destruíram completamente o aeroporto civil de Vinnytsia, na região oeste do país, neste domingo. O mandatário ucraniano também disse que as forças russas estão se preparando para bombardear a cidade de Odessa, na costa ucraniana do Mar Negro.

“Foguetes contra Odessa? Isso será um crime de guerra”, disse ele em um discurso televisionado. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.

Diante da troca de acusações sobre um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou neste domingo (6) que ataques a hospitais foram realizados na Ucrânia. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as ofensivas militares aos centros de saúde “causaram várias mortes e feridos”. A entidade ainda afirmou que investiga outros ataques a hospitais na região.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou o diretor-geral da OMS.

Em seu post nas redes sociais, no entanto, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que realiza uma invasão à Ucrânia há 11 dias.

O presidente russo Vladimir Putin alertou a Ucrânia neste domingo (6) que a operação militar da Rússia só será interrompida se Kiev parar de resistir e cumprir todas as exigências do Kremlin.

Putin disse ao presidente turco Tayyip Erdogan, por telefone, que os negociadores da Ucrânia deveriam adotar uma abordagem mais “construtiva” nas conversas com Moscou para levar em conta a realidade em solo ucraniano.

Putin, cujos comentários foram publicados em um comunicado do Kremlin sobre a ligação, disse que sua “operação militar especial” na Ucrânia estava indo de acordo com o planejado.

O líder do Kremlin ainda disse a Erdogan que Moscou está aberta ao diálogo com as autoridades ucranianas, mas que espera que os negociadores ucranianos adotem uma abordagem mais construtiva na próxima rodada de negociações.

Autoridades norte-americanas e europeias têm discutido como o Ocidente apoiaria um governo no exílio dirigido pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky caso ele tivesse que fugir de Kiev, disseram autoridades ocidentais à CNN.

As discussões vão desde o apoio a Zelensky e às principais autoridades ucranianas em uma possível mudança para Lviv, no oeste da Ucrânia, até a possibilidade de Zelensky e seus assessores serem forçados a fugir da Ucrânia e estabelecer um novo governo na Polônia, segundo as autoridades.

As discussões são apenas preliminares e nenhuma decisão foi tomada, disseram as fontes.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje em entrevista exclusiva à CNN, que os Estados Unidos receberam “relatórios confiáveis” que indicam que a Rússia cometeu crimes de guerra durante a invasão à Ucrânia.

“Vimos alguns relatórios bastante seguros que indicam ataques deliberados a civis, que constituem um crime de guerra. São bastante críveis”, afirmou Blinken ao programa “State of the Union” da CNN.

“O que estamos fazendo agora é documentar tudo isso, juntar tudo, olhar para isso e garantir que, à medida que as pessoas e as organizações e instituições apropriadas investiguem se crimes de guerra foram ou estão sendo cometidos, podemos apoiar o que elas [organizações] estão fazendo”, acrescentou. “Estamos analisando esses relatórios. Eles são bem embasados, e nós estamos documentando tudo.”

A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, disse ter identificado em três áreas em que os EUA podem tomar medidas adicionais para aumentar a pressão sobre a Rússia à medida que sua guerra na Ucrânia continua: a proibição das importações de petróleo russo, uma declaração de crimes de guerra e ajudar a facilitar a entrega de caças poloneses à Ucrânia.

A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em entrevista à CNN que a Ucrânia “é um de nós e deveria se juntar à União Europeia“. “Não é apenas um combate entre Ucrânia e Rússia, é democracia contra autocracia. E é por isso, para nós [UE] é existencial poder apoiar a Ucrânia de todas as formas possíveis”.

Von der Leyen disse a UE já está implementando sanções “com determinação e velocidade extraordinária sob a Rússia”.

Os Estados Unidos e a Polônia estão avaliando a possibilidade de a Polônia fornecer caças para a Ucrânia. A informação foi divulgada por um porta-voz da Casa Branca e confirmada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

A confirmação ocorre em meio aos pedidos feitos pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que os demais países do Leste Europeu enviem aviões de combate para seu país.

O porta-voz disse que enviar caças para a Ucrânia é uma “decisão soberana para qualquer país” e observou que há uma série de questões logística a ser considerada, incluindo como a aeronave seria transportada da Polônia para a Ucrânia.

Depois da Visa e da Mastercard, a American Express anunciou neste domingo (5) que vai suspender todas as operações na Rússia, em resposta à invasão militar do país à vizinha Ucrânia.

“Como resultado, os cartões American Express emitidos globalmente não funcionarão mais em comerciantes ou caixas eletrônicos na Rússia. Além disso, os cartões emitidos localmente na Rússia por bancos russos não funcionarão mais fora do país na rede global da American Express”, disse a operadora. “Também estamos encerrando todas as operações comerciais em Belarus”, acrescentou a empresa.

No caso da Visa, pagamentos com cartões de sua bandeira emitidos na Rússia não irão mais funcionar fora do país, enquanto cartões Visa emitidos em outros países não serão aceitos dentro da rede russa.

Para a bandeira da Mastercard, cartões emitidos por bancos russos não serão mais aceitos na rede da companhia e os cartões emitidos em outros lugares também não serão aceitos nos estabelecimentos e caixas eletrônicos da Rússia.