O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), mais conhecido como Hospital das Clínicas, está recrutando mulheres voluntárias para participar de uma pesquisa sobre causas da infertilidade em casais que tentam gerar um filho e não conseguem há mais de 12 meses – a chamada infertilidade conjugal.
Cerca de 150 voluntárias serão selecionadas para receber acompanhamento ao logo de dois anos. A pesquisa tem como objetivo a investigação da infertilidade conjugal, Infertilidade sem Causa Aparente (Isca) e de Baixa Reserva Ovariana (BRO) entre mulheres e sua associação com distúrbios da tireoide.
Os critérios de inclusão na pesquisa são mulheres entre 19 e 45 anos, com infertilidade conjugal, tentando gestar há pelo menos um ano, sem uso de métodos contraceptivos e sem sucesso.
Normalmente, após 12 meses de tentativas regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais, é hora de começar a pensar em investigar os motivos que podem estar dificultando a gravidez.
Passado esse tempo de espera, caso não tenha sucesso em engravidar, recomenda-se que o casal procure um médico especialista em reprodução humana para uma avaliação mais detalhada e realização de um diagnóstico preciso, a fim de planejar a melhor forma de tratamento para cada caso.
O hospital da Universidade Federal da Bahia e administrado pela Ebserh (Hupes/Ufba-Ebserh) é referência no tratamento de infertilidade conjugal na Bahia com atendimentos através do Sistema Único de Saúde (SUS). O ambulatório especializado realiza oferece cerca de 200 atendimentos por mês.
A pesquisa é uma parceria do Hupes e do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Ufba, através da Unidade de Atenção a Saúde da Mulher (UASM) e do Núcleo de Estudos Clínicos da Bahia (NECBA), ambos do Hupes, e dos laboratórios de Imunologia (Labimuno) e de Estudos da Tireóide (LET), do ICS.
Pesquisadora da Ufba e especialista em reprodução humana à frente da pesquisa, a médica do Hupes Karina Adami explica que não é muito comum uma oferta para aprofundamento nas causas de infertilidade conjugal, em especial no âmbito do SUS.
“Durante a pesquisa, vamos oferecer um vasto painel de avaliação da tireoide, que pode influenciar na questão da fertilidade e no sucesso gestacional”, explica.
Todo o processo de entrevista e acompanhamento será feito de modo virtual. Apenas no dia da coleta de sangue e urina, quando será efetivamente iniciada a investigação, é que as voluntárias precisarão comparecer ao laboratório.
“Não iremos oferecer nenhuma intervenção terapêutica. Nossa ideia é estabelecer explorar os riscos e possíveis associações de problemas na tireoide que impactem na dificuldade de engravidar”, disse.
As candidatas interessadas podem preencher o formulário para estabelecer um primeiro contato entre as pessoas interessadas em participar e a equipe de pesquisa, na intenção de verificar os critérios de inclusão e exclusão e prosseguir para próximas etapas.