31 de maio de 2016
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Foto: Rede Acontece
A continuidade do aumento do desemprego no PaÃs e o cenário de restrição para as empresas devem elevar os Ãndices de inadimplência no próximo trimestre, projetou na segunda-feira, 30, o Itaú Unibanco em reunião com investidores. Diante disso, a instituição deve manter as reservas em seu balanço para possÃveis perdas (as chamadas provisões) realizadas até o momento.O Itaú Unibanco encerrou o primeiro trimestre com R$ 36,036 bilhões em provisões. “A retração nas provisões não está no cenário nos próximos meses”, disse o diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco, Marcelo Kopel, em reunião promovida pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) no Rio.Segundo Kopel, o banco elevou o ritmo de provisões nos últimos trimestres por enxergar uma “economia mais desafiadora” e também devido ao aumento no Ãndice de atrasos na carteira de crédito. O ritmo das provisões, contudo, pode diminuir nos próximos perÃodos.No futuro, o executivo acredita que será possÃvel reduzir o montante reservado para possÃveis perdas. “À medida que a economia vai sendo retomada, e vemos sinais de que isso pode acontecer no segundo semestre e com intensidade maior em 2017, a economia vai poder girar mais. Com carteiras crescendo mais, abre-se espaço para provisão menor”, afirmou.
“Mas ainda não podemos dizer quando isso vai acontecer. O cenário é de economia começando a melhorar lentamente”, ressaltou Kopel.Embora em trajetória crescente, a inadimplência deve seguir aumentando “de uma forma controlada”, apontou o executivo. No primeiro trimestre de 2016, o Ãndice total de inadimplência, para atrasos entre 15 e 90 dias, ficou em 3,1%, ante 2,9% em igual perÃodo do ano passado. Nos atrasos superiores a 90 dias, o Ãndice ficou em 3,9%, ante 3,0% na mesma base de comparação.Essa alta está em linha com o cenário de maiores restrições para empresas e também de elevação no desemprego, que compromete a renda das famÃlias, disse Kopel. Neste ano, a expectativa do Itaú é de que a taxa de desemprego chegue a 12,5%. Em 2017, deve ficar em 13%.
Concessões
A nova rodada de concessões que o governo do presidente em exercÃcio Michel Temer pretende tirar do papel deve abrir grande oportunidade no mercado de capitais. Os bancos privados, contudo, tendem a ter participação menor nos financiamentos, provavelmente focados na fase inicial dos projetos. Os financiamentos de longo prazo deverão ficar a cargo de investidores institucionais, como fundos.”Temos oportunidade grande no mercado, onde os bancos têm papel importante, mas principalmente na fase pré-operacional”, disse Kopel. “O mercado de capitais tem uma fantástica oportunidade para se desenvolver no PaÃs.”
Impeachment
O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou em mensagem gravada para investidores do banco que o processo de troca de governo ocorreu “de forma organizada, ordenada, de acordo com o que está previsto na nossa Constituição”. O executivo ainda destacou que a mudança renovou as esperanças para a retomada mais rápida do crescimento econômico.”O que o PaÃs fez foi seguir a Constituição. E isso é uma consolidação muito forte da nossa democracia”, disse Setubal no vÃdeo que foi transmitido durante reunião da Apimec no Rio.O presidente do Itaú Unibanco ressaltou que os polÃticos que votaram a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), agora afastada, “fizeram as escolhas que tinham de fazer”. Com a decisão de afastá-la por até 180 dias, assumiu o presidente em exercÃcio Michel Temer (PMDB).”Nossas esperanças se renovam. O Brasil abre perspectivas positivas, uma animação maior com relação à s possibilidades de voltar a ter um crescimento econômico de forma mais rápida”, afirmou o executivo. O Itaú, segundo ele, está pronto para colaborar com as polÃticas que o novo governo vier a implementar.Recentemente, o novo governo anunciou Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central. Ele era economista-chefe do Itaú.Com informações do Estadão Conteúdo.