A situação precária do Instituto de Nefrologia da Bahia (INEB em Brumado) foi comunicada ao Ministério Público (MP), sendo que uma equipe da vigilância sanitária realizou inspeção no local.
Falhas no atendimento, ausência de médicos especialistas responsáveis e até deficiências nos estoques de medicamentos e insumos, motivaram pacientes e familiares a formularem denúncias contra o Instituto de Nefrologia da Bahia (INEB), em Brumado. A unidade que pertence a iniciativa privada e oferta atendimento público por ser credenciada para atender pacientes que necessitam dos procedimentos de hemodiálise em Brumado e municípios da região, segundo se apurou, estaria sendo vendida e os antigos proprietários já teriam deixado o local. Nossa reportagem tentou contato com a direção, mas não obteve êxito.
A denúncias ganham a mídia baiana e preocupam a população regional. A brumadense Maria Edna da Silva Lima, afirmou que a unidade está em estado precário de atendimento e começa a faltar insumos. “Negligência total! A gente teve que fazer denúncias. Graças a Deus a clínica já foi vendida”, relatou. A denunciante alega também que os médicos responsáveis por acompanhar o tratamento dos pacientes não comparecem mais na clínica. “Quem está segurando a barra são as meninas [enfermeiras]. Falta capilares, heparina e soro”.
Edna segue relatando que alguns pacientes estão sofrendo com a falta do tratamento devido, inclusive necessitando de atendimento suplementar no hospital em razão das consequências da hemodiálise feita de forma inadequada, sem o soro. “Tem dia que as pessoas não dialisam porque eles estão fazendo uma mistura de vitamina [C] com antibiótico. Aí tem gente que não reage, o sangue coagula”, Afirmou. A paciente denunciou ainda que os antigos donos abandonaram a clínica de Brumado. “Não tem coordenadora, não tem secretário. Não tem nada, só as enfermeiras. Nos deixaram abandonados”, disse.
Já Maria Aparecida Pereira da Silva, que acompanha há dois anos e seis meses o seu irmão nas sessões de hemodiálise na unidade afirmou: “Nos últimos meses, a clínica tem deixado a desejar na prestação do serviço. Como eu acompanho meu irmão três vezes na semana, vejo os pacientes reclamando por falta de material, máquinas quebradas. Já vi paciente reclamando que não fez a diálise por falta de capilar, que faz a filtração do sangue, é o coração da máquina, além de heparina”, relatou. A denunciante alega também que o médico nefrologista responsável por acompanhar o tratamento dos pacientes não tem comparecido na clínica. “Uma médica clínica tem coberto o plantão. Só que médico clínico não responde pela Nefrologia. Os pacientes estão apavorados e sofrendo muito com tudo isso”.