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15 de fevereiro de 2017
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Juiz da Lava Jato no RJ: “Bíblia é o principal livro dessa vara”

Imagem Reprodução

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O juiz federal que está à frente da Lava Jato no Rio de Janeiro ficou conhecido pela aplicação rigorosa das penas, onde as decisões são marcadas por repreensões severas aos réus. Quando decretou a prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), em novembro, Marcelo Bretas escreveu: ‘Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade? É porque os criminosos não são castigados logo’”. Trata-se de uma citação do Livro de Eclesiastes (capítulo 8, versículo 11). Bretas é membro da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, no Rio de Janeiro. Segundo seus colegas de trabalho e familiares, o magistrado reconhece a importância da religião em sua vida. Mais velho de uma família de quatro irmãos, Bretas nasceu em uma família evangélica. Um de seus irmãos é pastor. A Bíblia fica ao alcance da mão, em sua mesa na 7ª Vara Federal Criminal, que assumiu em 2015, após 15 anos no interior do Estado. Ele entrou na Lava Jato em novembro daquele ano, após Teori Zavascki, do STF, separar do processo o julgamento das investigações referentes à corrupção na Eletronuclear, sediada no Rio. Segundo a Folha de São Paulo, em seu primeiro dia na Vara, Marcelo Bretas deixou claro que era evangélico. “No dia em que ele chegou, tirou a Bíblia da pasta e disse: esse é o principal livro dessa vara”, lembra Fernando Pombal, diretor de secretaria da 7ª Vara. “É o que guia o espírito e a inteligência dele”, sublinha. Por causa da citação bíblica no despacho, a defesa de Cabral chegou a pedir o afastamento de Bretas, acusando-o de julgar baseado num pensamento religioso. O pedido foi negado. Apelidado de o “Moro do Rio”, em referência a Sergio Moro, que julga processos da Lava Jato no Paraná, Bretas é considerado mais rigoroso Sua carreira foi marcada por casos complicados e penas duras. Em 1998, logo no início da carreira, condenou o empresário Assis Paim Cunha (1928-2008) a 8 anos, por causa da gestão fraudulenta do grupo Coroa-Brastel. Trata-se do maior escândalo financeiro da ditadura, que afetou cerca de 34 mil pequenos investidores. Mais recentemente, condenou Othon Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos de prisão. Acusado de receber propina na obra de Angra 3, Pinheiro recebeu a maior condenação da Lava Jato até agora.