Em pronunciamento nessa terça-feira (19), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de pautar o julgamento do ex-presidente Lula para 24 de janeiro, primeiro dia em que a Justiça volta do recesso. O ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Lula recorreu e aguarda em liberdade o julgamento em segunda instância. Ela disse defender a celeridade da Justiça no país, mas classificou a decisão de “temerária”, o que lhe causa “estranheza”. Segundo Gleisi, a Justiça neste caso agiu em tempo recorde. Ela afirmou que o relator levou apenas 36 dias para emitir um parecer sobre um processo que tem 250 mil páginas, enquanto o juiz revisor fez a correção do material em seis dias. Ao considerar “humanamente impossível” a finalização do trabalho em tão pouco tempo, Gleisi Hoffmann disse ser “inadmissível que a Justiça tenha esse comportamento”. “Por isso que nós, do PT, por isso que nós, da esquerda, por isso que setores progressistas são levados a dizer que a Justiça está politizada. Não é possível ter uma análise adequada num processo controverso, questionado, com tantas páginas, num curto espaço de tempo”, declarou a senadora.