26 de janeiro de 2016
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FOTO CONQUISTA ACONTECE
O deputado federal Lúcio Vieira Lima minimizou ontem a disputa entre o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Os dois caciques peemedebistas disputam o comando do partido. “São discordâncias momentâneas. Renan não vai adiante com a candidatura dele, e Michel será conduzido mais uma vez ao PMDB”, apontou o parlamentar, em entrevista a uma rádio local. Renan é visto pelo núcleo político da presidente Dilma Rousseff (PT) como o principal responsável por obrigar Temer a recuar em seu projeto de poder.Aliados da presidente consideram que se não fosse a decisão de Renan de confrontar Temer e mostrar que é capaz de vencê-lo na briga pelo controle do PMDB, o vice teria insistido na tese do impeachment, mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retardar o processo. A convenção que escolherá o novo presidente do PMDB está marcada para março. Até lá, os dois grupos medirão forças em “prévias” como a escolha do líder na Câmara.
Temer é candidato à reeleição na presidência do PMDB. Apesar das ameaças de Renan, a estimativa feita pelo grupo ligado ao peemedebista é que ele conte com menos de 100 votos, em um total de 660. Temer ainda aposta na pacificação, porém, para isso acontecer, uma lista de exigências foi entregue, sobretudo por senadores peemedebistas.O senador Romero Jucá (RR) deve ser designado para a primeira vice-presidência do partido. Os pedidos a Temer incluem, ainda, o apoio à eleição de Eunício Oliveira (CE) para a presidência do Senado em 2017, quando Renan, após dois mandatos, deixará o posto e ficará impedido de se reeleger. Renan, então, pelo acordo, se tornaria o líder da bancada do PMDB no Senado. Como Valdir Raupp é o atual primeiro vice-presidente e não foi contemplado na cúpula do comando do partido, a ele seria destinada a presidência da Fundação Ulysses Guimarães, hoje sob o comando de Moreira Franco. O impasse, que só deve ser decidido às vésperas da convenção do partido, é se Temer renunciaria ao cargo, como quer o grupo de Renan, ou se apenas se licenciaria, deixando Jucá no comando da sigla interinamente, como quer o próprio Temer.