O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou, em entrevista à Revista Veja, que a cobrança de mensalidade a alunos de universidades públicas é uma possibilidade para o governo de Jair Bolsonaro (PSL). “Gosto do regime vigente na Colômbia. Lá, paga-se de acordo com a renda. Se você é rico paga mais, se é pobre recebe bolsa. Há outras questões importantes. A relação entre professor e aluno nas faculdades públicas, por exemplo, é de um para sete, um para oito. Tem de ser um para vinte, daí para cima. E segundo: tem de haver Lei de Responsabilidade Fiscal para os reitores. Eles são habitantes deste belo país, também estão submetidos à lei. O CPF deles pode ser rastreado pelo juiz Sergio Moro, por que não? Querem mais dinheirinho? Paguem as contas”, insinuou o ministro. Ele deu a declaração ao explicar outra afirmação que deu à imprensa, de que “universidade não é para todos”. “Em nenhum país a universidade chega a todos. Ela representa uma elite intelectual, para a qual nem todo mundo está preparado ou para a qual nem todo mundo tem disposição ou capacidade. Universidade não é elite econômica nem elite sociológica. Nos governos militares, deu-se muita ênfase às universidades. Criaram-se as grandes universidades, que receberam muita verba do governo, desenvolveram-se. E a preparação de professores para o ensino básico e fundamental ficou em segundo plano. Foi um erro”, avaliou. Para ele, o Brasil precisa valorizar o ensino fundamental e os cursos profissionalizantes. “Além disso, se continuarmos nesse modelo, as universidades vão cair no buraco da inadimplência. Precisamos equacionar uma solução que salve a universidade e que não dependa de pôr mais dinheiro público”, disse. O ministro também classificou as cotas raciais como solução “provisória”, que deve ser extinta com o tempo. “Temos de chegar ao momento de eliminar as cotas para dizer que elas não são mais necessárias porque elevamos o nível do ensino fundamental. De imediato, não vamos abolir as cotas, até porque me matariam quando eu saísse à rua. Mas as cotas têm de ser eliminadas com o tempo”, afirmou. Ele não deu um prazo, mas afirmou que o governo sucessor, depois do fim do mandato de quatro anos de Bolsonaro, poderia adotar a extinção.