5 de dezembro de 2015
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O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo preso acusado de tentativa de obstrução à Operação Lava Jato, afirmou em seu depoimento à Polícia Federal que a citação ao “STJ”, Superior Tribunal de Justiça, feita por ele em reunião gravada pelo filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró era referente a uma “conversa que havia mantido com o”,ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. “Houve comentário por parte dele (Cardozo) no sentido de que possivelmente haveria decisão favorável a Marcelo Odebrecht, em habeas corpus que tramitava no STJ”, afirmou Delcídio, ouvido pela PF no dia 26. A conversa foi gravada no dia 4 de novembro por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, em um hotel de luxo em Brasília. Na ocasião, Delcídio, seu chefe de gabinete Diogo Ferreira e o advogado da família Cerveró Edson Ribeiro tentavam comprar o silêncio do ex-chefe da área Internacional da Petrobrás. O nome do ministro Ribeiro Dantas, relator dos processos da Lava Jato no STJ, foi citado nesse trecho da escuta ambiental que levou à prisão o líder do governo no Senado e o banqueiro
. O ministro da Justiça negou que tenha tratado com Delcídio “sobre casos ou réus específicos da Lava Jato”. “Eu conversei muitas vezes com várias pessoas sobre a Lava Jato, mas nunca conversei sobre um caso ou uma situação específica. Ele (Delcídio) me perguntou, após decisão sobre executivo de uma empresa, se ela poderia repercutir em outras instâncias (do Judiciário). Eu fiz uma análise da teoria da repercussão”, afirmou Cardozo.“O STJ, ontem eu conversei com o Zé Eduardo muito possivelmente o Marcelo na Turma vai sair”, afirma o senador na conversa captada por um gravador do filho de Cerveró. A Turma, citada no diálogo, é a 5ª Turma do STJ, responsável pela análise dos procedimentos da Lava Jato. Dantas, empossado em outubro na corte pela presidente Dilma Rousseff, é o relator. “Acredito”, responde o advogado de Cerveró Edson Ribeiro. “A decisão, a decisão foi muito, a decisão que negou pro Dantas, né, foi muito … sem nada né, literalmente assim deixa jogar pra Turma”, completa o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira.