13 de março de 2016
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Foto: Rede Acontece
As mulheres negras brasileiras ainda não conseguiram alcançar nem 40% do rendimento total recebido por homens brancos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta sexta-feira. Este é mais um exemplo de como o mercado de trabalho brasileiro segue marcado por importantes desigualdades de gênero e de raça, apesar de, em 2014, as mulheres terem ultrapassado pela primeira vez o patamar de 70% da renda masculina – dez anos antes, a proporção era de 63%. O Ipea explica que essas desigualdades refletem-se nas diferentes possibilidades de inserção desses profissionais no mercado de trabalho. “Temos um contingente de milhões de mulheres em idade ativa fora do mercado de trabalho, mulheres negras concentradas em trabalhos desvalorizados e precarizados, como o emprego doméstico. Temos mulheres altamente escolarizadas com mais dificuldade de conseguir um emprego. Mulheres empregadas com uma grande sobrecarga de trabalho, por assumirem todas as atividades de reprodução da vida. E mulheres e negros ganhando persistentemente menos que homens e brancos”, mostra o estudo. De acordo com o instituto, este cenário passou por grandes transformações no último século, “mas enquanto persistirem no mundo do trabalho os mecanismos discriminatórios de gênero e raça, muitos caminhos precisarão ser trilhados em direção a uma sociedade plenamente democrática”. Os homens continuam ganhando mais do que as mulheres (1.831 reais contra 1.288 reais, em 2014), as mulheres negras seguem sendo a base da pirâmide (946 reais, em 2014) e homens brancos, o topo (2.393 reais no mesmo ano).