8 de abril de 2016
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Imagem Reprodução
Localizada ao norte do Deserto do Mojave, na Califórnia, a região americana conhecida como Vale da Morte detém o recorde de maior temperatura já registrada por medições confiáveis. Na tarde de 10 de julho de 1913, o termômetro marcou 56,3 graus centígrados numa parte do lugar apropriadamente chamada de “Baixada do Forno”. Desde o começo de março, no entanto, aquele que é um dos pedaços mais secos do planeta vive um raro momento de ressurreição: graças à chegada da chuva, a vegetação ressurgiu numa explosão de flores e cores. Foi a primeira vez em onze anos que o fenômeno da primavera florida se repetiu no Vale da Morte. Poucos espetáculos da natureza são tão impressionantes quanto o renascer das regiões áridas após um sofrido período de estresse. Não se trata propriamente de um fato inesperado, a volta da chuva é a senha para que plantas ultra-resistentes que se encontravam em estado de dormência detectem que é hora de florescer com tudo para produzir o máximo de sementes, que ficarão armazenadas no solo até a próxima estação das águas. Fenômeno semelhante, aliás, pode ser visto em várias partes do Brasil. Quando a chuva quebra a estiagem na caatinga nordestina ou nas regiões de cerrado rupestre de altitude, em Minas e outros estados do centro do país, a paisagem inóspita se transmuta subitamente num tapetão de flores.