A Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram nesta terça-feira (4) veementemente “o uso excessivo de força” pela polÃcia durante manifestações na Colômbia contra uma reforma tributária, especialmente em Cali, no oeste do paÃs.
“Estamos profundamente alarmados com os acontecimentos na cidade de Cali, na Colômbia, onde a polÃcia abriu fogo contra manifestantes que se opõem à reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas de acordo com as informações disponÃveis”, disse Marta Hurtado, porta voz da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, em entrevista em Genebra.
Ela pediu calma antes de um novo dia de manifestações programado para esta quarta-feira (5).
“O nosso escritório na Colômbia está verificando o número exato de vÃtimas e determinando como esse terrÃvel incidente aconteceu em Cali”, disse a porta-voz, acrescentando que os defensores dos direitos humanos também relataram ameaças e assédio.
“Devido à s tensões extremas, com soldados e policiais encarregados de controlar as manifestações, pedimos calma e lembramos à s autoridades governamentais que elas devem proteger os direitos humanos”, incluindo o direito ao protesto pacÃfico. “As armas de fogo devem ser usadas apenas como último recurso”, afirmou Marta.
Um levantamento oficial indicou 19 mortos, incluindo um policial, e quase 850 feridos, sendo 306 civis.
Sob pressão das manifestações maciças, e que se repetiram nos dias seguintes com intensidade variável, o presidente colombiano, Ivan Duque, anunciou no domingo (2) à noite que vai deixar a reforma fiscal em apreciação no Parlamento.
O projeto tem despertado fortes crÃticas, tanto da oposição quanto dos sindicatos que organizaram a mobilização de 28 de abril e até de representantes do partido no poder, por acreditarem que a reforma irá afetar em demasiadamente a classe média.
A reforma fiscal também é considerada “inoportuna” em plena pandemia de covid-19, que agravou a crise econômica no paÃs.
Ivan Duque propôs retirar o plano original e redigir um novo texto, anulando os principais pontos contestados: o aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) sobre bens e serviços, bem como a ampliação da base do Imposto sobre o Rendimento (IRS).
Apesar do anúncio de retirada da proposta, os manifestantes voltaram à s ruas em várias cidades do paÃs