-------- PUBLICIDADE --------
10 de dezembro de 2024
Cidades

Organização criminosa alvo da Operação Overclean também agia em Jequié

A organização criminosa alvo da Operação Overclean deflagrada nesta terça-feira (10) pela Polícia Federal também agiu em Jequié. Segundo as investigações, a quadrilha atuou no município de modo a beneficiar a empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda, cujo principal sócio, Alex Parente, é apontado como líder do esquema fraudulento.

Os crimes eram praticados com a colaboração da coordenadora de Projetos, Execução e Controle da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de Jequié, Kalliane Lomanto Bastos, uma das pessoas presas preventivamente na operação de hoje. De acordo com a polícia, Kalliane recebeu propina de R$48,7 mil de Alex Parente e do sócio, Fábio Parente, em troca de liberar pagamentos retidos em contratos públicos firmados entre a empresa Allpha e o município.

O processo que autorizou a deflagração da Operação Overclean, ao qual o Política Livre teve acesso, menciona a existência de diálogos entre Kalliane e Alex negociando o pagamento da propina. Em um das conversas, a coordenadora reclama de um atraso de três meses.

A Operação Overclean, que teve o apoio do Ministério Público Federal (MPF), da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), foi deflagrada com o objetivo de desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema foi montado inicialmente na sede baiana do Dnocs, se espalhando depois para municípios como Salvador, Lauro de Freitas, Campo Formoso, Itapetinga e Jequié, entre outros fora do Estado.

Estão sendo cumpridos hoje 17 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens, nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas. A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

Segundo a Receita Federal, a organização criminosa usava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.