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2 de setembro de 2019
Política

Otto compara Bolsonaro a Jânio Quadros e diz que abuso de autoridade é ‘sinuca de bico’

Foto: Rede Acontece

Senador pela Bahia, Otto Alencar comparou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ao ex-presidente Jânio Quadros. Quadros teve grande ascensão política, mas renúncia perturbado por “forças ocultas”. “Nunca vi um presidente criar tanto problema contra si próprio. Ele [Bolsonaro] é o novo Jânio Quadros, que todo dia criava uma confusão por coisa pequena”, avaliou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole. No hall das confusões, aponta Otto, está a decisão sobre o projeto de abuso de autoridade, que está nas mãos do presidente e precisa ser sancionado ou vetado. “O governo está numa sinuca de bico. Ele não sabe a quem agradar. Se vetar, desagrada o ‘centrão’, se não vetar, desagrada Moro e companhia limitada”, apontou. Com a provável indicação do deputado e filho do presidente Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Otto vê chance de empate na Comissão de Relações Exteriores no Senado. Presidente do colegiado, o senador Nelsoninho Trad (PSD) é aliado do “bolsonarismo”. “Dentro da comissão de Relações Exteriores pode dar empate. No plenário do Senado, é mais difícil. Para indicação de embaixador, a aprovação é por maioria simples. Então, se o presidente abre a sessão com 41 presentes, 26 votos já aprovam ele”. Para Alencar, a crise vivida pelo país chega também ao Judiciário. Ele afirmou estar “decepcionado” com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que suspendeu investigações com base na Receita Federal e no Coaf. A medida beneficiou o também senador Flávio Bolsonaro, que viu seu nome arrolado em um suposto esquema de desvio de salário de funcionário na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. “Um decepção muito grande com o Dias Toffoli. Naquela lei de reordenamento, ele [o presidente] colocou o Coaf no ministério da Justiça, com o Moro. Começou o debate, a pressão foi para colocar o Coaf na pasta da Economia. A maioria bolsonarista colocou na Economia. Aí ele achou que não era seguro e colocou no Banco Central. O Banco Central está com gente da confiança dele [de Bolsonaro]. É para não se investigar o que aconteceu com o Flávio Bolsonaro”, constatou.