29 de dezembro de 2015
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Foto: Urandi Acontece
A presidente Dilma Rousseff decidiu pagar todos os R$ 57 bilhões das pedaladas fiscais até quinta-feira, último dia do ano. O objetivo do governo é zerar as pedaladas e, assim, “deixar todo esse assunto em 2015”. A ordem de Dilma é trabalhar para não deixar brechas que possam ser usadas como argumento para o processo de impeachment contra ela no Congresso Nacional. O governo entende que, ao pagar todas as pedaladas devidas ao BNDES, ao Banco do Brasil, à Caixa e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o debate sobre o impedimento será enfraquecido. Ontem, em reunião com seus ministros da Junta Orçamentária, Dilma recebeu números atualizados de receitas e despesas e o sinal verde do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de que será possível pagar todas as dívidas do governo com os bancos públicos e fundos e, ainda assim, fechar o ano dentro do limite máximo de déficit fiscal previsto no Orçamento aprovado pelo Congresso. O processo de impeachment aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usa exatamente da premissa de que as pedaladas constituíram um crime de responsabilidade.
O governo nega que os atrasos tenham sido uma infração e terá como trunfos o parecer pela aprovação das contas de 2014 feito pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e, agora, o pagamento total das pedaladas. Somando tais manobras e o déficit fiscal, o governo poderá ter um rombo final no ano de R$ 108,8 bilhões, segundo prevê a Lei Orçamentária. Para determinar se seria possível fazer todos os pagamentos, sem descumprir a lei, a presidente discutiu ontem com os ministros da Fazenda, da Casa Civil, Jaques Wagner, do Planejamento, Valdir Simão, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, os dados mais atualizados.