A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon avaliou que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga, que busca investigar integrantes do judiciário, vai, de fato, encerrar no Senado. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) arquivou em março o requerimento para instalar a CPI da Lava Toga, mas encaminhou sua decisão à CCJ para que o colegiado se pronuncie. A nota técnica recomendou a rejeição de todos os 13 argumentos apresentados pelo senador Alessandro Vieira (PPS-SE), autor do requerimento. Conforme a magistrada, há muitos senadores e deputados que estão nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). “ CPI da Toga é o senador Alessandro [Vieira] que está tentando emplacar o processo de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes. Acho que vai ficar pelo Senado. Inclusive já estive conversando com o senador e disse das dificuldades que ele encontrará. Na medida que o Supremo começa a dar munição para o Senado, as coisas ficam desfavoráveis. Uma CPI contra o judiciário eu não acredito porque não são poucos os senadores e são muitos deputados que estão nas mãos do Supremo Tribunal Federal, com processos criminais e investigações”, avaliou, durante entrevista a rádio Itapoan FM, na noite da última segunda (22). Calmon disse ainda que o tempo que ficou no judiciário, viu “que muitas pessoas sem caráter, desonestas, encontraram na magistrado um campo de não haver investigação nenhuma”. “Como se fosse uma orquestrada bem sintonizada para não que houvesse apuração”, disse.