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25 de junho de 2016
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Passaredo demite funcionários e devolve aviões

Foto Brumado Acontece

Foto Brumado Acontece


Sob a alegação de enfrentar um mercado retraído em função da crise econômica no país, a Passaredo Linhas Aéreas está demitindo até 300 funcionários, quer devolver seis aeronaves e eliminou rotas de sua malha aérea. Em recuperação judicial, a empresa vai encolher o quadro de empregados em um terço, segundo o Sindicato dos Aeroviários e funcionários, e deixará de voar para Dourados (MS) e Uberlândia (MG). Hoje com 14 aeronaves, a aérea quer encolher e ficar com oito. Para isso, informou negociar a devolução de seis delas. Todas são turboélices da fabricante franco-italiana ATR. Atuais e ex-funcionários ouvidos pela reportagem afirmaram que a empresa tem descumprido a legislação trabalhista e que, em alguns casos, não recolhe FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) há mais de um ano, além de não ter pagado o dissídio trabalhista deste ano aos seus cerca de 900 empregados e ter adotado fracionamento de salários. Até mesmo o fornecimento de uniforme de trabalho não era regular, segundo funcionários demitidos da empresa nesta semana. Os problemas envolvendo a Passaredo se avolumam nos últimos anos. Em 2012, apresentou um pedido de recuperação judicial, com dívidas superiores a R$ 100 milhões, geradas, conforme a empresa, devido ao alto preço do combustível e à “concorrência desleal” praticada em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), pedido foi aceito em maio do ano seguinte, mas foram necessárias três assembleias para que fosse aprovado pelos credores. A primeira foi cancelada por falta de quórum e a segunda foi suspensa a pedido de um credor. Já em 2014, a empresa deixou de levar as bagagens dos passageiros em ao menos dois voos entre Guarulhos e Vitória da Conquista (BA), para poder voar com o tanque mais cheio. A aérea deixou as bagagens para trás por não abastecer seus aviões na cidade baiana. Um piloto e um ex-piloto relataram que a empresa devia à fornecedora local -a Passaredo apenas disse que o valor cobrado no aeroporto era três vezes superior ao de outros locais. No mesmo ano, a Justiça do Trabalho de Ribeirão Preto condenou a empresa a pagar integralmente os salários dos funcionários até o quinto útil dia do mês, o que não ocorria. Nesse período, o Sindicato Nacional dos Aeronautas também fez reuniões com a companhia aérea após receber denúncias de descumprimento da legislação trabalhista e de segurança de voo.