Mais uma postura de coragem, que foi compartilhada por diversos moradores da pequena cidade de Candiba no sertão baiano, ganhou as redes sociais e consequentemente o Brasil e o mundo, denunciando mais uma vez, a arrogância, prepotência e abuso de autoridade de um gestor municipal, que erroneamente, ainda acredita que, ao ser eleito prefeito, se torna o “dono da cidade”. O Jornal O Eco, constatou na manhã deste domingo (30), que com a globalização da liberdade de expressão e manifestação, aliada ao domínio das redes sociais como principal veículo de interação entre os povos, mais uma dinastia é quebrada, sendo que, nada pode fazer o autor das irregularidades, afinal, contra fatos narrados, registrados e disseminados, não há argumentos.
Nos referimos ao “todo poderoso” prefeito do pequeno município de Candiba, Reginaldo Martins Prado (PSD), que administra a cidade localizada no sertão da Bahia, com pouco mais de 14 mil habitantes, um líder historicamente autoritário, que talvez por ignorância administrativa, imagina ter poderes além do que determina a Constituição. Político tradicional, adepto dos antigos regimes autoritários, que inclusive foi autuado recentemente em decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª região (TRF1), após os trâmites legais, foi considerado culpado por receber dose de vacina contra a covid-19, tendo pleno conhecimento de que não integrava os grupos prioritários de imunização contra a covid-19 definidos pelo Ministério da Saúde, culminado também com bloqueios de bens do gestor.
A sociedade regional se sente indignada e atônita com o novo escândalo, envolvendo diretamente o prefeito de Candiba, que agora é acusado de ter determinado a transferência ilegal de cadáveres enterrados no cemitério público do município, fato que teria ocorrido na noite de sexta-feira (28), sem autorização das famílias. A notícia que ganha repercussão nos principais veículos de comunicação da Bahia e do país, dão conta de que, o prefeito de Candiba, no Sudoeste da Bahia, Reginaldo Martins Prado (PSD), pode ter transferido pelo menos três corpos de forma ilegal do cemitério velho. A transferência dos restos mortais, teria sido realizada por volta das 19h40, portanto fora do horário de expediente dos funcionários, com o objetivo macabro de abrir um espaço limpo na frente do túmulo do pai de Reginaldo Prado, que teria mandado transferir os restos mortais dos falecidos ali sepultados recentemente, para satisfazer as ambições da sua família.
Por lei, para que esse procedimento ocorra é preciso decorrer um prazo de 5 anos. Durante esse período não se pode abrir sepultura ou caixão. O prazo só pode ser quebrado por determinação da Justiça em casos excepcionais (exumação). De acordo com um advogado ouvido pela reportagem, o artigo 211 do Código Penal, prevê penas para quem abre sepultura independente da finalidade. Para o advogado, o gestor pode ter cometido crime de violação de sepultura, já que não houve autorização legal. Difícil acreditar que nos dias atuais, com o mundo vivendo as agruras da maior crise sanitária já registrada, o Brasil e a Bahia comovidos com as perdas de tantas vidas humanas, existe mente tão cruel e insensível, no comando de um município. Afinal, o que se espera é que os líderes eleitos, se dispam de toda e qualquer vaidade pessoal em favor da coletividade. Impossível crer que elementos cruéis, que ainda acreditam incorporar semideuses da oligarquia política sertaneja, permaneçam impunes diante de tão flagrantes crimes contra a vida e a dignidade humana.