Em evento voltado para prefeitos e vereadores de Minas Gerais, pré-candidatos à Presidência defenderam na terça-feira, 19, a criação de um novo pacto federativo que melhore a distribuição de recursos para os municípios e proporcione a simplificação tributária. Prefeitos presentes ao debate avaliaram como “vagos” os discursos dos presidenciáveis, que tiveram três minutos em cada intervenção para falar sobre o tema. Participaram do 35.º Congresso Mineiro de Municípios Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos) e Paulo Rabello de Castro (PSC). Ciro defendeu uma reforma fiscal com mudança sobre a incidência dos impostos. Ele propôs a tributação sobre lucros e dividendos e a taxação de grandes heranças, com tributo compartilhado com Estados e municípios. “Isso resolve o problema do déficit primário brasileiro e tira os municípios da atual situação de colapso em que encontra”, disse ele, que subiu ao palco acompanhado pelo pré-candidato ao governo de Minas, Marcio Lacerda, também cotado para vice do pedetista. Já Marina defendeu a reforma tributária, sob o princípio da justiça tributária, da descentralização e da simplificação. “Hoje o problema dos tributos é que são muito complexos e que impede inclusive a arrecadação”, afirmou. Ex-ministro da Fazenda, Meirelles disse que o fundamental é que o Brasil cresça, via investimentos, para que a arrecadação de impostos também suba, aumentando a receita das prefeituras. Ele disse que é pré-candidato para “garantir que o Brasil não vá entrar em crise de novo”. Alckmin defendeu a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) e a descentralização. “Modelo centralizado funciona em país pequeno”, resumiu o tucano, que chegou ao evento ao lado do pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, senador Antonio Anastasia. Para Alvaro Dias, um dos principais problemas hoje no País é que parlamentares em Brasília têm um discurso municipalista mas, na hora do voto, ficam ao lado do governo federal. Já Rabello afirmou ser possível aumentar, até 2022, a participação dos municípios na arrecadação de impostos, dos atuais 18% para 25%.