O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), Luiz Viana, criticou a “crise moral” vivida no Brasil e disse que a atuação dos advogados é uma importante ferramenta para enfrentar o problema. Durante discurso de abertura da VI Conferência Estadual da Advocacia, ele destacou ainda que o Estado não pode exercer o papel de censor da arte, mesmo que ela não agrade. “Em sociedades liberais, o Estado não pode ser o censor da arte. O Estado não pode ser aquele que vai dizer se aquilo é artÃstico ou não, mesmo quando a arte nos desagrada, mesmo quando a arte nos ofende naquilo que nós temos de mais sagrado, como nossos princÃpios religiosos”, destacou Viana, que não citou diretamente os casos recentes envolvendo questionamentos sobre apresentações artÃsticas, como aconteceu no caso da exposição ‘Queermuseu’ e da performance ‘La Bête’. Ao comentar sobre a “crise moral” no Brasil, o presidente da OAB-BA, declarou que o problema é consequência da disputa pelo poder no paÃs protagonizado pela elite polÃtica e que mesmo uma Constituição democrática como a de 1988 não conseguiu evitar. “Infelizmente, de 88 pra cá o que a gente percebe é exatamente o antagonismo, uma luta, uma disputa por concepções de sociedade brasileira. E a nossa elite polÃtica continua a querer reproduzir uma sociedade que é hierarquizada, violenta e excludente”, criticou.