A mineradora Vale foi acionada pelo Ministério Público de Minas Gerais para que retire, em caráter de urgência, todos os bens históricos móveis existentes na área que possa ser atingida por um possÃvel rompimento da barragem Gongo Soco, no municÃpio de Barão de Cocais, na região do Quadrilátero FerrÃfero de Minas Gerais. O Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e ArtÃstico de Minas Gerais) lista 18 bens históricos e arqueológicos tombados pelo municÃpio, estado ou União em Barão de Cocais. Entre eles estão igrejas setecentistas e o sÃtio arqueológico de Gongo Soco. Este último trata-se do que restou da antiga vila de arquitetura inglesa construÃda no inÃcio do século 19. No princÃpio dos oitocentos, ingleses compraram a mina de ouro de Gongo Soco e ali erigiram a vila, com cemitério particular e hospital, que ainda restam no local. O conjunto das ruÃnas é tombado pelo Iepha desde 1995. A recomendação de retirada dos bens históricos foi expedida pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e pela Promotoria de Barão de Cocais. A recomendação também cobra que os bens resgatados sejam transportados em condições de segurança e guardados em locais indicados pelo instituto. A orientação foi feita em função do plano de emergência acionado na madrugada desta sexta-feira (8) devido ao risco de rompimento da barragem Gongo Soco, de propriedade da Vale. Há três anos, a vila histórica de Bento Rodrigues, em Mariana, foi arrasada pela lama do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP. Além das vidas perdidas, a igreja matriz da vila foi destruÃda sem que imagens sacras e outros bens móveis pudessem ser salvos.