4 de dezembro de 2015
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O comando do PMDB encarou como uma “grave sinalização negativa” a atitude do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), de não aceitar receber o colega Eliseu Padilha, que lhe entregaria a carta de demissão. De acordo com O Globo, para não causar um constrangimento a presidente Dilma Roussef, o ministro da Aviação optou por essa via. Com a recusa de Wagner em recebe-lo, Padilha foi obrigado a protocolar sua carta de demissão, atitude rara na história da República brasileira. Segundo pessoas próximas a Padilha, ele vinha dizendo estar se sentindo bastante “incomodado” porque não podia nem criticar, nem defender o processo de abertura de impeachment. Na Esplanada, era o ministro mais próximo do
. A saída se deu por “convicção política” e “lealdade” ao vice. Padilha já vinha se sentindo incomodado no cargo, mas a decisão começou a ser pensada na noite de quarta-feira, em conversa com peemedebistas no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. No dia seguinte, quando Dilma e Temer conversaram e o ministro Jaques Wagner fez um relato que o vice não considerou correto da reunião, Padilha sacramentou o desembarque. Com relação à Aviação Civil, a gota d’água foi o fato da presidente ter desautorizado uma indicação dele para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O ministro encaminhou o nome de Juliano Noman para uma diretoria da Anac com o aval de Dilma. No entanto, quando a Secretaria de Aviação Civil enviou o nome para o Senado a presidente mandou suspender a indicação. Um peemedebista da cúpula afirmou que outro ministro ligado a Temer, Henrique Eduardo Alves (Turismo), está numa saia-justa. Já há pressão para que ele também desembarque do governo. Na última reforma ministerial, em setembro, Henrique Alves trabalhou muito para emplacar seu nome na Esplanada, o que dificulta sua decisão. Nesta última reforma, outro ministro do PMDB, Helder Barbalho, que era da Pesca e foi remanejado para Portos, passou a ser da “cota” de Temer. Barbalho estava de saída do governo, mas se aliou a Padilha e Alves, formando uma tríade do entorno de Temer. Apesar da pressão, um aliado de Alves disse que ele não deve deixar o cargo.