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28 de julho de 2018
Bahia

Reduto de paz: cidade baiana com criminalidade zero em 2017 é definida pelos moradores como “paraíso”

Foto: Reprodução

Amigos reunidos no banco da praça no final da tarde; vizinhos conversando na porta de casa; silêncio, que esporadicamente é quebrado pelo barulho de crianças brincando nas ruas; o velho e bom “baba” com os colegas da escola no campo de futebol. Cenas cada vez mais raras de se ver, mas não para os moradores de uma pequena cidade localizada na região da Chapada Diamantina. Às margens da BA-245, o município com pouco mais de dez mil habitantes, segundo o Censo de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda exprime características típicas de uma cidade interiorana. No entanto, além dos aspectos pacatos, outras peculiaridades fazem a localidade ser diferente.

Imagine morar em um local onde um dos poucos crimes mais lembrados pelos moradores aconteceu há mais de 15 anos? Sair e deixar a chave da porta de casa pendurada em uma árvore? Descer da motocicleta para comprar algo e deixar a chave na ignição do veículo? Ou até mesmo, montar uma barraca para comercializar seus produtos, deixá-la sozinha e voltar horas depois com a certeza de que vai encontrar tudo onde deixou?
Com o crescimento da criminalidade nas grandes metrópoles e também em municípios do interior, torna-se difícil acreditar nesse cenário. Entretanto, ainda há lugares com esses atributos, e um deles está localizado a cerca de 330 quilômetros de Salvador: bem-vindo a Marcionílio Souza, a cidade que aparece entre as três da Bahia sem registros de crimes no ano de 2017.

Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ao lado de Guajeru, a 600 km da capital baiana, e Umburanas, na região norte do estado, Marcionílio Souza pode ser considerada um recanto de paz, já que em 2017 não foram contabilizadas ocorrências de homicídios, lesões corporais seguida de morte, latrocínios – roubo seguido de morte-, roubos ou furtos de veículos, estupros, roubos a ônibus, apreensões ou uso de substâncias entorpecentes.

Ainda de acordo com a SSP-BA, de 2014 até março deste ano, seis pessoas morreram de “morte matada” no município, ou seja, menos de um homicídio por ano. Já em relação ao número de veículos furtados no mesmo período, a quantidade é ainda menor: apenas dois motoristas tiveram o carro furtado na cidade.